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Violência contra a mulher é uma cultura que permanece no Brasil, diz Maria do Rosário

Deputada é autora de protocolo inspirado em medida que causou à prisão de Daniel Alves na Espanha

(Foto: Divulgação/ RedeTV!)

Autora do Protocolo "Não é não", a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) é entrevistada por Kennedy Alencar no "É Notícia", desta quinta-feira (19). 

Inspirado na iniciativa "No Callem", que existe em Barcelona, na Espanha, a Câmara dos Deputados aprovou em agosto o Projeto de Lei que cria o Protocolo "Não é não", para atender vítimas de assédio em locais onde são vendidas e consumidas bebidas alcoólicas. 

“A existência de um protocolo nacional unifica a legislação e faz com que não apenas estabelecimentos locais, mas que eventos que acontecem até mesmo entre estados, jogos de futebol, grandes eventos esportivos, ou eventos de qualquer natureza de diversão, sigam o mesmo protocolo. É um protocolo de proteção integral, em que cada evento ou estabelecimento com bebida alcoólica, seja obrigado a destacar uma pessoa responsável pela aplicação do protocolo, em que a mulher passe a ter garantia, o direito de ir e vir, e estar como quiser”, explicou a parlamentar. 

Maria do Rosário comentou que a iniciativa espanhola, aplicada no caso que levou à prisão do jogador de futebol brasileiro Daniel Alves, gerou um alerta. “A cultura que está impressa na cabeça machista que acaba definindo a possibilidade de abordagem violenta sobre uma mulher (…) O que aconteceu com Daniel Alves, aquele episódio nos alertou aqui, que não temos protocolo no Brasil”, disse. 

Com a medida, os estabelecimentos devem prestar assistência em caso de violência e constrangimento, além de afastar o agressor da vítima, ele deve ser expulso do ambiente e autoridades devem ser acionadas se necessário.

Protagonismo da primeira-dama Janja

Ao lado do presidente Lula, a primeira-dama Janja vem demonstrando um protagonismo diferente das que já ocuparam essa posição na história do país. Filiada ao PT há 30 anos, a socióloga foi avaliada por Maria do Rosário durante entrevista com Kennedy Alencar. 

“Ela é uma figura feliz, alegre. Portanto, creio que a presença dela na vida pública como primeira-dama é algo que transmite o que ela é. (…) Ela é uma mulher com protagonismo de vida, ela se posiciona, se coloca, ela não vive exclusivamente da condição de ser esposa do presidente Lula”, opinou a deputada.

Maria do Rosário ainda comentou que o casal presidencial é “bonito de ver”  e que Janja não deixou de ser quem é. “Do meu ponto de vista, vejo um casal sendo feliz também. Ela é uma pessoa que tem seu próprio jeito de ser, não deixou de ser quem é por estar onde está. E que bom que não se transformou no que não é para exercer a função.”

Avanço na regulamentação das big techs

O debate do Projeto de Lei das Fake News está parado no Congresso desde que as big techs se mobilizaram para impedir a votação, o que para Maria do Rosário é visto como uma pressão que venceu a democracia.                                                    “Creio que deveríamos voltar a esse tema. Se não voltar, significa que a pressão política, uma das maiores que vi durante esses mandatos como deputada federal. Se não voltarmos, significa que a pressão externa econômica venceu e perdeu a democracia.  O relatório era justamente o regramento contra Fake News. Por que o Brasil não pode ter algo que já existe em outros lugares? Continuamos sendo tratados como lugar menos importante, com menos regras e com menos respeito”, disse a parlamentar. 

Para a petista, algumas pessoas usam das mídias digitais para disseminar mentiras e merecem ser responsabilizadas. “As pessoas que utilizam de forma organizada de Fake News, motivadas por interesse econômico e político, devem ser responsabilizadas!”

O "É Notícia" é exibido às quintas-feiras, às 23h45, na RedeTV!