Vereadora do PSOL do Rio morre baleada no centro da cidade
(Foto: Reprodução Facebook)
A vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), foi assassinada a tiros na Rua Joaquim Palhares, no centro da cidade, na noite desta quarta-feira (14). Ela retornava de um evento na Lapa quando o veículo que ocupava foi atingido por vários disparos. Marielle e o motorista Anderson Pedro Gomes, que guiava o automóvel em que ela estava, morreram no local. A polícia investiga o caso com a hipótese de execução.
A vereadora participou do evento 'Jovens Negras Movendo as Estruturas'. Pouco depois de deixar o local, bandidos emparelharam seu carro com o veículo onde estava Marielle e efetuaram os disparos. As balas, disparadas de trás para frente segundo a polícia, atingiram o veículo pela janela lateral traseira e acertaram também o motorista, que acabou ficando na linha de tiro dos assassinos. Marielle levou cinco tiros na cabeça. A assessora de imprensa da parlamentar, que estava no banco de trás ao lado dela, foi atingida por estilhaços. Os assassinos fugiram sem levar nada.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH), que acredita que os autores do assassinato sabiam o lugar exato que Marielle ocupava no interior do veículo. A principal linha de investigação adotada pela polícia é de execução.
O local onde ocorreu o crime foi tomado por familiares e amigos da vereadora, além de muitos curiosos. Por volta das 22h15, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) se dirigiu ao local da ocorrência.
Marielle Franco era socióloga formada pela PUC-Rio e possuía mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). A política foi a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro nas últimas eleições, quando obteve 46.502 votos.
No último sábado (10), a vereadora do PSOL havia denunciado uma ação de policiais militares do 41º BPM na Favela de Acari. De acordo com o relato de Marielle, moradores estavam indignados com a truculência policial, que, segundo denúncias de moradores, estariam levando 'terror' às pessoas que vivem na região.
Além disso, cerca de duas semanas atrás, a parlamentar tornou-se relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro que acompanha os trabalhos das Forças Armadas na intervenção federal na segurança pública do Rio.
Na véspera de seu assassinato, Marielle Franco criticou a violência que toma conta do estado do Rio de Janeiro em uma postagem nas redes sociais: "Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?"
O assassinato da política brasileira repercutiu na imprensa de todo o mundo e foi destaque nos principais veículos de comunicação dos Estados Unidos. Os jornais The Washington Post e New York Times noticiaram em suas páginas da internet o crime ocorrido no centro do Rio.
Muitas pessoas ligadas ao PSOL, como os deputados Ivan Valente e Luiza Erundina, manifestaram o choque com a morte de Marielle nas redes sociais. O PSOL emitiu nota sobre o crime:
"O Partido Socialismo e Liberdade vem a público manifestar seu pesar diante do assassinato da vereadora Marielle Franco. Estamos ao lado dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL/RJ nesse momento de dor e indignação. A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta. Exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos!
Marielle, presente!
Partido Socialismo e Liberdade
14 de março de 2018."