Venezuela: 12 pessoas morreram e 700 estão presas após protestos contra Maduro
Manifestantes pedem audição de votos após acusação de fraude nas eleições da Venezuela
Manifestante ergue cartaz com os direzeres "fraude venezuela" - (Foto: EFE/ Mario Guzmán)
Após o resultado preliminar das eleições na Venezuela, que anunciou Nicolás Maduro como presidente pela terceira vez consecutiva, o país enfrenta protestos violentos que já vitimaram 12 pessoas e resultaram na prisão de 700, segundo dados da Procuradoria-Geral venezuelana divulgados nesta quarta-feira (31).
A ONG Pesquisa Nacional de Hospital apontou que 11 civis foram mortos: um em Táchira, três em Yaracuy, dois em Zúlia e mais dois em Caracas.
De acordo com Tarek Saab, procurador-geral da Venezuela, um militar também morreu em Caracas durante as manifestações.
O movimento contrário ao resultado ganhou força depois que a oposição não reconheceu o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no último domingo (28). O órgão, que na prática é controlado por Maduro, afirma que ele obteve 51,4% dos votos com 80% das urnas apuradas, classificando o resultado como "irreversível".
A oposição afirma que dados de 84% das atas eleitorais (uma espécie de boletim de urna) aos quais tiveram acesso mostram que Edmundo González tinha 67% dos votos, o que comprovaria uma fraude.
A pressão aumentou depois que a comunidade internacional começou a exigir a divulgação completa dos resultados. Entre eles, o Brasil, que por meio de nota divulgada pelo Itamaraty, afirmou acompanhar os resultados "com atenção", além de pedir "verificação imparcial".
Fontes da Reuters afirmaram que os candidatos anti-Maduro aguardam que o aumento dos protestos possa pressionar o CNE a tornar público o resultado total dos votos, que desde o último domingo (28) ainda não foram divulgados.
Durante a divulgação dos resultados preliminares, o presidente do CNE afirmou que o órgão identificou um ataque hacker que impossibilitou a transmissão dos resultados na íntegra. Ele não deu uma previsão de quando o serviço deve voltar a funcionar.
Na última terça-feira (30), Nicolás Maduro foi proclamado presidente da república pelo CNE, mesmo após pedido da oposição pelos votos totais e auditados. Ao menos 18 países e a UE (União Europeia) disseram não reconhecer a legitimidade da vitória de Maduro e questionam a lisura do processo eleitoral.
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