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STF divulga conteúdo de delação de donos da JBS


O executivo Joesley Batista

O Supremo Tribunal Federal liberou nesta sexta-feira (19) as delações premiadas dos empresários Joesley e Wesley Batistas, donos da empresa JBS. Uma das principais revelações feitas pela dupla até o momento é a gravação de uma conversa entre Joesley e o presidente Michel Temer, onde, segundo o empresário, eles teriam discutido a compra do "silêncio" do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O conteúdo já havia sido homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, que é relator do processo da Operação Lava Jato. São cerca de 2 mil páginas. As oitivas foram gravadas em vídeo. O material será publicado nesta nota em breve.

Uma reportagem divulgada pelo jornal O Globo na terça (17) revelou que, em encontro gravado em áudio por Joesley, o presidente teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada de Batista ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. Cunha está preso em Curitiba. A prova faz parte da investigação que foi aberta contra o presidente na Suprema Corte. Também foram citados os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrella (PMDB-MG), além da ex-presidenta Dilma Rousseff e o ex-ministro Guido Mantega.

O áudio tem cerca de 40 minutos. Na conversa, Temer e Batista falam sobre o cenário político, os avanços na economia e também citam a situação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi preso na Operação Lava Jato, por volta dos 11 minutos.

Ouça o áudio divulgado nesta quinta na íntegra.

Após ouvir o áudio, o entendimento de Temer e sua equipe é de que o conteúdo da conversa não incrimina o presidente, confirmando a nota divulgada pelo Palácio do Planalto na noite de quarta (17) e o pronunciamento da tarde de quinta (18), onde o presidente afirmou que não iria renunciar. Assista:

Em seguida, em nota divulgada à imprensa, o Palácio do Planalto informou que o presidente não acreditou na veracidade das declarações de Joesley referentes ao suborno de um juiz e um procurador.

“O presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados”, disse a assessoria do Palácio do Planalto, em nota. "A expectativa do governo é que o STF investigue e arquive o inquérito”, diz o comunicado.