Stedile, sobre recuo do MST durante gestão de Bolsonaro: "Em governo fascista, temos que ir com cuidado"
Líder do movimento também falou sobre CPI do MST e aumento da violência nas fronteiras agrícolas
(Foto: RedeTV!)
João Pedro Stedile, membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirmou em entrevista ao “É Notícia” que a violência no campo aumentou nas fronteiras agrícolas durante o governo de Jair Bolsonaro.
Segundo ele, houve um recuo das ações do MST nos últimos quatro anos. A afirmação foi feita no programa apresentado por Kennedy Alencar, que vai ao ar nesta quinta-feira (11) às 23h45. “Em um governo fascista, temos que ir com mais cuidado. Tem que preservar sua base social. (…) Ninguém é maluco! Ninguém quer brincar de herói!”, afirmou Stedile. Ele citou ainda tentativas de despejos que ocorreram com o uso de forças armadas.
O líder do MST disse que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada pela Câmara dos Deputados, é uma forma de tentar criminalizar as ações do MST. Destacou não ter medo da CPI.
“Vamos ir à CPI e denunciar que os verdadeiros crimes que acontecem na agricultura são feitos pelos latifúndios.” Em sua fala, ele também disse que Ricardo Salles (PL-SP), deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente, acobertaria crimes ambientais.
Falta de assistência ao MST
Atualmente, com 80 mil famílias em acampamentos improvisados, Stedile disse que, desde o governo de Michel Temer, o movimento social de ocupação de terra não tem assistência. “Está uma situação insustentável, já nem é mais reforma agraria, é uma questão humanitária!”
Prevista na Lei nº 4.504/64 (Estatuto da Terra), a reforma agrária promove a distribuição de terras ociosas para trabalhadores rurais. O diretor do MST ressalta que ocupação de terra não é crime, mas, sim, um movimento de massas. “Invasão de terra é quando alguém invade área para se apropriar daquele bem. Isso é o que os fazendeiros fazem em terras quilombolas e indígenas (…) Ocupação é um movimento de massa, que famílias fazem. Ocupam uma área para chamar atenção do governo”, disse.
Parceria com a China
Em abril, a comitiva da viagem do presidente Lula à China contou com a presença de João Pedro Stedile e de outros membros na delegação, o que causou controvérsia.
Com a repercussão da viagem, o ativista também afirmou na entrevista que a sua ida à China teve o objetivo de fechar parcerias para melhorar a agricultura familiar do Brasil.
Ainda durante a entrevista a Kennedy Alencar, Stedile contou que cerca de 40 máquinas com tecnologia chinesa devem chegar ao Brasil, em agosto, a fim de passarem por um teste de implantação na agricultura familiar.
Haverá reprise do programa no domingo às 22h15.
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