Randolfe diz confiar na aprovação do arcabouço fiscal no Congresso
O líder do governo no Congresso é o entrevistado de Kennedy Alencar nesta quinta
(Foto: Divulgação RedeTV!)
O senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, destacou as dificuldades herdadas da gestão Bolsonaro, em entrevista ao “É Notícia” desta quinta-feira (30), e demostrou estar confiante para aprovação da proposta do novo arcabouço fiscal.
Randolfe afirmou que haverá votos suficientes no Congresso. “Estou convencido que sim, porque a nova regra fiscal, Kennedy, não pertence a esse governo, pertence a sociedade brasileira, pertence a um princípio que é consagrado”, ressaltou o senador.
O parlamentar comentou que o princípio básico do Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, é gastar menos que a receita. “O Ministro Haddad me pareceu muito tranquilo sobre um princípio, de que a nossa receita, a nossa arrecadação vai aumentar, vai dobrar. Porque é o seguinte: teve uma irresponsabilidade fiscal”, disse o senador ao relembrar a gestão do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. “O mercado não teve o mesmo rigor quando ocorreram os maiores atos de irresponsabilidade fiscal da parte de Paulo Guedes”.
Ainda falando sobre a economia do país, Randolfe criticou a decisão do Banco Central (BC) de manter a taxa Selic em 13,75%. “Nós herdamos a maior taxa de juros do planeta. Isso não é uma taxa de juros deste governo. As dificuldades que estamos tendo e quando o Presidente fala isso é que considera essa taxa de juros impraticável. O Nobel de economia falou a poucos dias aqui no seminário do BNDES, isso é a condenação à morte de uma sociedade. (…) estamos herdando um país destruído”, destacou o parlamentar.
O senador classificou a taxa de juros como “maior crime contra economia brasileira”, porém, ressaltou que respeita a autonomia do BC. “A autonomia não pode representar independência, sobretudo diante das necessidades do povo brasileiro. Então, em segundo lugar eu sempre fui muito comedido nesse debate para que o Banco Central tivesse a liberdade necessária para tomar as deliberações necessárias sobre a taxa de juros e eu até tive uma compreensão sobre a última reunião do COPOM ter mantido a taxa de 13,75%. Não há compreensão sobre o comunicado que saiu logo em seguida.”
Ao ser questionado da possível recandidatura de Lula em 2026, Randolfe acredita que o presidente deve concorrer à reeleição. “Ele tem que ser candidato. O fascismo não se derrota com a eleição. Não é o resultado das eleições de 2022 que vai derrotar o fascismo que lamentavelmente contaminou parte da sociedade brasileira”, reforçou o parlamentar, que ainda acrescentou ser “necessário concluir esse ciclo de Lula no governo para que restabeleça os parâmetros de democracia no país.”
Para o senador, Lula é a única liderança que pode reconstituir o país e que reúne o centro democrático liberal, devastado pela política na última década, pela oposição “bolsonarista”. “A oposição a nós é fascismo bolsonarista, que está vivo (…) Em quatro anos não se constrói uma outra liderança política que seja capaz de enfrentar isso, que seja capaz de liderar o país na obra da reconstituição nacional que não seja, Luíz Inácio Lula da Silva.”
Relação internacional
Em meio as dificuldades encontradas por Lula desde o início da transição de governo, o senador afirma que o país está cumprindo o que presa a Constituição. “O Brasil voltou a cumprir o que reza sua Constituição de se estar no cenário internacional baseado na paz, no respeito aos direitos humanos e no multilateralismo. Esse papel tinha sido perdido, o Brasil voltou a ser um protagonista da cena mundial!”, pontuou Randolfe ao citar a viagem à China adiada após o quadro de saúde de Lula.
Ameaças ao ex-juiz Sérgio Moro
As ameaças realizadas pelo PCC contra o ex-juiz Sérgio Moro também foi tema do bate-papo realizado por Kennedy Alencar.
Para Randolfe, Moro usou a situação como um gancho político. “Tentar politizar esse fato das ameaças a ele, que ele tinha conhecimento desde janeiro eu quero acreditar que da parte dele não tá tendo politização, se ele insistir em politizar, isso tem nome, é canalhice a mal caratismo. O próprio senador tinha conhecimento das ameaças desde que tomou posse no Senado. As ameaças do PCC não vinham do primeiro de janeiro deste ano, as ameaças do PCC vinha e retroagiu ao governo anterior.”
O parlamentar ainda completou o raciocínio citando a liberação de armas durante o governo Bolsonaro. “O PCC nunca se armou tanto quanto com a liberação de armas que o governo anterior fez, se tem irmandade do PCC é com o governo Bolsonaro, não com o nosso. O nosso está desbaratando e tá combatendo.”
Pinga Fogo
No encerramento da entrevista, ao participar do quadro tradicional do programa “Pinga Fogo”, Randolfe classificou a ditadura militar como um tempo infeliz da história brasileira. “Página desbotada da memória das nossas novas gerações.”
O impeachment de Dilma Rousseff foi citado pelo parlamentar como uma “profunda injustiçada”.
O líder do governo no Congresso classificou Bolsonaro como uma página fascista da história do país. “Tempo triste da nossa história. Página fascista que deve ser sempre lembrada, nunca esquecida para que nunca mais aconteça”, concluiu.
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