"Não havia razão para adiar ordem de prisão de Lula", diz Sérgio Moro
(Foto: Reprodução/CGTN America)
O juiz federal Sérgio Moro afirmou na tarde desta sexta-feira (6) que não via motivos para adiar mais a ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Ele [Lula] havia sido condenado por lavagem de dinheiro e corrupção e era preciso executar a sentença", declarou Moro à CGTN America, o canal em inglês da emissora China Global Television Network. "Simples assim. Não vejo nenhuma razão específica para adiar mais".
Moro ainda disse que não se sentia confortável falando sobre o caso, pois era sua obrigação emitir a ordem de prisão: "Eu recebi o ofício do TRF-4 ordenando a prisão e simplesmente a cumpri. Não tenho escolha senão cumprir a ordem".
O mandado foi expedido na quinta-feira (5), mas Lula continua no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e, segundo o jornal Folha de S. Paulo, deve se entregar ainda neste sábado (7) após uma missa para Marisa Letícia.
No despacho, o juiz estipulou um prazo para o ex-presidente se entregar voluntariamente e determinou que ele ficará em cela reservada devido ao cargo que ocupou: "Esclareça-se que, em razão da dignidade do cargo ocupado, foi previamente preparada uma sala reservada, espécie de Sala de Estado Maior, na própria Superintência da Polícia Federal, para o início do cumprimento da pena, e na qual o ex-presidente ficará separado dos demais presos, sem qualquer risco para a integridade moral ou física".
A prisão foi determinada após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou na quarta-feira (4) um habeas corpus protocolado pela defesa para mudar o entendimento firmado pela Corte em 2016, quando foi autorizada a prisão após o fim dos recursos naquela instância. Lula foi condenado a 12 anos e um mês na ação penal do tríplex do Guarujá (SP), na Operação Lava Jato.