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Maia não pretende buscar reeleição à presidência da Câmara

Atual presidente diz que reeleição "mais atrapalharia que ajudaria"

(Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (24) que não pretende buscar uma reeleição para o cargo nas eleições internas da Casa previstas para fevereiro de 2021. Ele explicou que, atualmente, a Constituição inviabiliza um novo mandato e que uma tentativa nesse sentido poderia atrapalhar a agenda de reformas no país.

"Se eu quero tentar avançar nas reformas, eu introduzir meu nome na eleição, eu mais atrapalho que ajudo", afirmou em entrevista à rádio Guaíba, de Porto Alegre, acrescentando que vai trabalhar para eleger um presidente da Casa que continue trabalhando na aprovação das reformas - especialmente tributária e administrativa - e na aproximação do Parlamento com a sociedade.

Atualmente, tanto o presidente do Senado como o da Câmara não podem disputar a reeleição na mesma legislatura. A Constituição diz que o mandato é de dois anos — para mudar a regra é necessária uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

"A Constituição da forma como está escrita hoje inviabiliza essa eleição. Construí uma boa relação dentro da Casa desde a primeira eleição, da Casa com a sociedade, pelo menos um bom diálogo com muitos segmentos da sociedade. Mas, acho que a Constituição vai num caminho, entendo as interpretações. Não estou questionando, não estou contra isso, mas, pessoalmente, minha intenção é que entregue a Presidência da Câmara em 1º de fevereiro ao novo presidente", declarou Maia.

Reformas

Ainda segundo Maia, há espaço para avançar na agenda de reformas tributária e administrativa ainda este ano, mas que a agenda de privatizações deve ficar para 2021. O presidente da Câmara afirmou que não adianta o governo gerar uma receita financeira extra antes de reorganizar sua própria estrutura.

Ele criticou ainda a ideia da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, de tentar incluir a nova CPMF na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que regulamenta o teto de gastos. "É meio complicado o governo tentar criar um imposto sem ser em uma PEC enviada pelo próprio governo", disse.

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