Julgamento dos réus pelos atos golpistas é histórico, diz Kakay
O advogado é o entrevistado do "É Notícia" desta quinta-feira
(Foto: Divulgação/ RedeTV!)
Nesta quinta-feira (14), o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro afirmou que o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) dos réus pelos atos golpistas de 8 de janeiro coloca o país em um patamar respeitável.
Conhecido como Kakay, o advogado avaliou o julgamento como histórico em entrevista ao “É Notícia”, apresentado por Kennedy Alencar. “Acho que dá estabilidade, pelo menos nesse momento, à democracia. Devemos isso ao Supremo Tribunal Federal. No momento que vários de nós acreditávamos que poderíamos viver de novo a ditadura, foi o STF que botou o pé na porta. É muito raro na história de qualquer povo, você ver um golpe ser evitado apenas com a Constituição. Supremo fez o seu papel, e agora, de forma técnica e serena, começa a condenar os que atentaram. O Brasil tinha virado pária social. Esse é o início de um momento que pode dar musculatura ao Brasil. Julgamento coloca país em patamar respeitável”, destacou.
Uma discussão entre os ministros Alexandre de Moraes e André Mendonça chamou a atenção do segundo dia de julgamento dos réus denunciados pela participação nos atos golpistas. Durante o voto de Mendonça, Moraes rebateu o colega e alguns de seus argumentos que indicavam a responsabilidade do próprio governo Lula pelas invasões. Para o advogado, a insinuação é constrangedora.
“Muito bom ter visto o chega para lá que o Alexandre deu [em André Mendonça]. Ele é ministro também e pode. Essa teoria da conspiração é constrangedora, não só absurda! Governo eleito democraticamente, sob risco de sofrer golpe, dizer que de alguma forma ele tem responsabilidade, é quase irresponsabilidade”, comentou Kakay.
O criminalista ainda opinou sobre a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de golpe em 8 de janeiro. "O Bolsonaro só não deu o golpe porque é completamente desqualificado! Além de ser um indigente intelectual, ele não tem o respeito das Forças Armadas!”, disse ao citar o ex-chefe do executivo como um dos principais beneficiados da ação.
A decisão do ministro do STF, Dias Toffoli, que anula as provas obtidas através do acordo de leniência da Odebrecht e serviram de base para a Operação Lava Jato, também foi tema da entrevista com Kakay.
Para o criminalista, a anulação "é absolutamente técnica”. “A decisão do Toffoli só atinge quem foi condenado com prova ilícita. Não vai atingir ninguém quase da Lava Jato (…) É uso constitucional de um princípio basilar.”
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