RedeTVi - Notícias | Política

Jucá, Calheiros e presidentes da Câmara e Senado receberam propina para aprovar MP

Fotos: Agência Brasil

Ex-presidente da Braskem, empresa ligada ao setor petroquímico e controlada pela Odebrecht, Carlos Fadigas afirmou em depoimento de delação premiada ter "comprado" a aprovação de uma medida provisória para o grupo que hoje ocupa a atual cúpula do Congresso Nacional, formando pelos atuais presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Eunício Oliveira, o deputado federal Lúcio Vieira Lima e os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros. 

De acordo com Carlos Fadigas, a propina foi paga entre os anos de 2009 e 2013 para a aprovação da MP 613, que trata do incentivo às indústrias químicas e produtores de etanol, e convertida em lei em 2013.  

"O Cláudio [Melo] procurou a mim e Marcelo [Odebrecht] e relatou a necessidade de liberação de recurso de R$ 6 milhões para parlamentares que tinham atuado na aprovação dessa medida provisória", afirmou Fadigas, garantindo que não sabia quem eram os parlamentares que receberam os valores, tem conhecimento apenas de Maia, Jucá, Eunício e Vieira. O delator garantiu também que apenas Maia recebeu R$ 100 mil em propinas referente a MP. 

No depoimento de Fadigas, assim como em outras seis delações que se tornaram públicas após a autorização pelo Ministro Edson Fachin da Procuradoria Geral da República de investigar os políticos, o departamento responsável pelo repasse de propinas (Setor de Operações Estruturadas), repassou cerca de R$ 7 milhões ao grupo. Jucá e Renan Calheiros teriam recebido R$ 4 milhões, Eunício Oliveira, R$2,1 milhões, e Vieira Lima, R$ 1 milhão. 

Em defesa, Rodrigo Maia garante que as doações que recebeu foram feitas em cumprimeto à lei leitoral. Renan Calheiros, por sua vez, garantiu ao jornal "O Estado de São Paulo" que as investigações "serão arquivadas por falta de provas e por total inconsistência da denúncia". Eunício Oliveira afirmou: "As contribuições da Odebrecht, como as demais, foram recebidas e contabilizadas de acordo com a legislação eleitoral"

Jucá se mostrou tranquilo e garantiu que está à disposição da Justiça. Vieira Lima ainda não se pronunciou sobre as acusações. 

Veja também: Odebrecht pagava políticos pela aprovação de medidas provisórias