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Dono da JBS afirma que Temer deu aval para comprar silêncio de Cunha, diz jornal

Foto: Agência Brasil

Dono da JBS, Joesley Batista afirmou em depoimento à Procuradoria Geral da União (PGR) ter gravado uma conversa com Michel Temer na qual o presidente deu aval para comprar o silêncio do deputado Eduardo Cunha, preso desde outubro de 2016 pela Lava Jato. As informações foram divulgadas na tarde desta quarta-feira (17) pelo jornalista Lauro Jardim ao jornal "O Globo".

Segundo a publicação, Joesley teria ouvido do presidente em março deste ano que o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) resolveria "um problema" do grupo J&F, “holding” que controla a empresa JBS. Rodrigo Rocha foi gravado posteriormente recebendo uma mala com R$ 500 mil de Joesley.

De acordo com o "O Globo", Eduardo Cunha e o operador Lúcio Funaro estariam recebendo uma mesada na prisão para não se pronunciarem.

Junto com seu irmão Wesley Batista, Joesley teria ido ao gabinete do ministro Edson Fachin para firmar um acordo de delação premiada. A publicação afirma ainda que outros executivos do grupo também estariam envolvidos.

Ao todo, Eduardo Cunha teria recebido de Joesley R$ 5 milhões após sua prisão, além de ter em caixa o montante de R$ 20 milhões referentes a "ajuda" com o projeto de lei sobre a desoneração de impostos no setor de frango. 

Segundo a reportagem de "O Globo", Joesley Batista afirma ter gravado também o pedido do presidente do PSDB, Aécio Neves, de R$2 milhões durante encontro no dia 24 de março deste ano em São Paulo. Na gravação, Aécio faz o pedido do dinheiro afirmando que o montante seria destinado para pagar as custas de sua defesa na Operação Lava Jato. 

Resposta

Em nota oficial divulgada na noite desta quarta-feira (17), o presidente Michel Temer negou as acusações de que teria dado aval à compra do silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro e afirmou que "não houve no diálogo nada que comprometesse [sua] conduta" durante reunião com Joesley Batista.

Confira o texto na íntegra:

"O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar. O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República

O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados."