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"A ideia de destruir totalmente o Hamas é uma ilusão", afirma Celso Amorim

O chefe da Assessoria Especial da Presidência alerta para risco da expansão da guerra em Gaza

(Foto: Divulgação/ RedeTV!)

O chefe da Assessoria Especial da Presidência, Celso Amorim, afirmou que a ideia de Israel de destruir o Hamas é uma ilusão, a declaração ocorreu em entrevista ao “É Notícia”, que vai ao ar nesta quinta-feira (26). 

Limpeza ética é uma expressão que eu já usei. Eles estão atacando a população, claro que o motivo seria atingir os líderes do Hamas. Não é uma gangue, eles ganharam uma eleição, eles que administram. A ideia de destruir totalmente o Hamas é uma ilusão! Em algum momento vai ter que conversar”, disse o ex-ministro das Relações Exteriores. 

Na quarta-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o conflito no Oriente Médio de “genocídio”. Para o ex-chanceler, a guerra não será a forma de levar a paz para Israel, além de estar próximo de violar direitos humanos. “É desproporcional, uma devastação da população civil. As crianças não são terroristas. Não é o caminho!”, afirmou Celso Amorim

Com cerca de 30 brasileiros ainda na Faixa de Gaza aguardando resgate, impasses entre as autoridades sobre a abertura da fronteira com o Egito continuam. O ex-chanceler destaca a importância diplomática nas negociações. “Você negocia com seu adversário. Com seu amigo você vai tomar um chope!”, citou ao falar do diálogo com o Hamas para possibilitar a passagem na região. 

Celso Amorim disse ainda que o governo brasileiro reconhece os ataques como atos terroristas, mas sabe do poder do Hamas. “Temos condenado esses atos, condenamos sempre, reconhecemos que são terroristas, pois atinge civis. Agora, esse debate de chamar o Hamas de organização terrorista, você corta o diálogo imediatamente (…) A vida internacional é muito mais complexa que definir bem e mal!”

Conflito entre Hamas e Israel pode expandir


Nesta quinta-feira, uma operação considerada a maior feita por terra em Gaza, desde o início da guerra, foi anunciada pelas Forças de Defesa de Israel. 


Para o ex-ministro, a guerra tem risco de se expandir, sendo um alerta, principalmente, por ocorrer em um momento no qual a paz mundial se encontra fragilizada, com o conflito entre Ucrânia e Rússia podendo se misturar ao que está ocorrendo em Gaza. 


“Isso está acontecendo no momento em que tem outra guerra, que é a guerra entre Rússia e Ucrânia, e o risco em se entrelaçarem é muito grande. Os Estados Unidos já mandaram um porta-avião para o Mediterrâneo, e a Rússia está mandando caças munidos de foguetes hipersônicos, além de ter interesse na Síria”, ressalta. 

Celso Amorim comentou ainda que essa questão é de perigo mundial, sendo o maior risco de uma implosão da Terceira Guerra, desde 1962, quando ocorreu a Crise dos Mísseis em Cuba. “Não quero ser alarmista, mas agora acho que é a situação mais perigosa que se vive desde a Crise dos Mísseis de Cuba. (…) Tem um conflito entre vários países e pessoas que você não controla. Vivemos uma situação muito perigosa!”, alerta. 

Rumos da Eleição na Argentina

O resultado do primeiro turno para presidência da Argentina, que ocorreu no último domingo (22), surpreendeu, com Sergio Massa, candidato governista, ficando em primeiro lugar com mais de 36% dos votos. 


Simpatizante do governo brasileiro, Massa disputará o segundo turno, em 19 de novembro, contra o extremista de direita Javier Milei, que obteve 29% dos votos. 

Durante a entrevista com Kennedy Alencar, Celso Amorim não escondeu a preferência por Massa para o Executivo argentino. Citou declarações feitas por Milei de que pretende acabar com o Mercosul, além de chamar Lula de comunista. “A situação caminha para uma vitória do Massa. (...) A tendência é uma vitória do Massa!”

Na análise do ex-chanceler, o candidato da extrema direita não tem meio-termo. “O candidato do tipo do Milei ou ele vai subindo sempre, ou ele derrete. Ele não vai conquistar aquele voto meio-termo”, avaliou.

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