Zelensky pede mais atuação da ONU durante reunião do Conselho de Segurança
Presidente da Ucrânia propôs uma reformulação na entidade que deveria garantir a paz entre os países
(Foto: AP)
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs uma reformulação na Organização das Nações Unidas (ONU) para impedir outros conflitos como o que ocorre no país atualmente.
“Onde está o Conselho de Segurança? Onde está a paz que deve manter, as garantias que a ONU precisa dar? Vocês estão prontos para que a ONU termine? Se não, precisamos agir”, disse o ucraniano durante seu discurso na reunião do Conselho de Segurança que discute a guerra na Ucrânia nesta terça-feira (5).
Além da cobrança, Zelensky também listou várias acusações de crimes cometidos pela Rússia na cidade de Bucha, na região de Kiev. De acordo com ele, dezenas de civis foram mortos dentro de suas casas ou atropelados por tanques quando tentavam fugir dos soldados russos. Além disso, várias mulheres foram estupradas na frente dos filhos.
A Rússia, por outro lado, afirma que as acusações são falsas e que não matou civis durante a “operação militar especial”. Na segunda-feira (4), com a divulgação de imagens perturbadoras sobre um suposto massacre em Bucha, Joe Biden chamou Vladimir Putin de “criminoso de guerra”.
O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, argumentou que a Rússia está levando a paz ao país vizinho de forma que seja “libertado do nazismo”. Ele ainda pediu que o Ocidente não acredite nas “falsas” alegações de Volodymyr Zelensky.
"Viemos levar a paz para a Ucrânia, para tirar o tumor nazista que está consumindo a Ucrânia e que em breve nos consumiria, e vamos conseguir nosso objetivo”, disse o diplomata.
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia
A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.
Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.
Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.
Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.
A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.
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