Ucrânia tem 'milhares de mortes' a mais que contagem oficial, diz ONU
'Toda morte de um civil é uma tragédia', disse a chefe da missão de Direitos Humanos da ONU, Matilda Bogner
(Foto: Reprodução/Twitter: @Dmytro Kuleba)
A chefe da missão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Matilda Bogner, informou nesta terça-feira (10) que a Ucrânia teve “milhares” de mortos a mais do que os números oficiais apresentados pelo governo.
A invasão russa completa hoje 76 dias e, desde então, o governo ucraniano registrou oficialmente 3.381 mortos e pelo menos 3.680 feridos. Diante disso, a ONU enviou uma comissão especial ao país para que uma apuração de danos fosse realizada, além de um levantamento mais amplo do número.
“Toda morte de um civil é uma tragédia. Estamos trabalhando nas estimativas, mas de momento já posso dizer que (o número de mortes) é de milhares a mais que o número que passamos atualmente”, disse Matilda.
Ela ainda destacou que a nova contagem pode já estar defasada já que a situação real em Mariupol, a cidade mais afetada pela guerra e tomada pelos russos, ainda é desconhecida.
Também nesta terça-feira, o governo da Ucrânia informou que pelo menos 100 civis estão no complexo metalúrgico de Azovstal, em Mariupol, o último ponto de resistência na cidade. A ONU tem organizado a saída desses civis do local mesmo o presidente russo, Vladimir Putin, tendo dito que não atacaria o complexo.
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia
A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.
Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.
Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.
Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.
A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.
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