Ucrânia aceita neutralidade e Rússia diz que vai reduzir bombardeios em Kiev
Nova negociação foi realizada nesta terça-feira (29) e demonstrou avanço para um acordo de paz, segundo um ministro turco
(Foto: Reprodução/Twitter: @Podolyak_M)
Após as conversas entre os negociadores russos e ucranianos realizadas nesta terça-feira (29) na Turquia, a Rússia se comprometeu a reduzir drasticamente os bombardeios nos arredores de Kiev, enquanto a Ucrânia aceitou o status de país neutro, mas com a garantia internacional de proteção contra um eventual ataque. As informações são da agência internacional Reuters.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, esta rodada de negociações alcançou o maior progresso para um acordo de paz desde o início da guerra no dia 24 de fevereiro.
Diante do status de neutralidade aceito pela Ucrânia, o país não poderá se unir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), nem hospedar bases da aliança militar em seu território. Entretanto, os negociadores ucranianos pediram uma garantia de segurança internacional de países como Israel, Canadá, Polônia e Turquia.
Por outro lado, a Rússia aceitou reduzir drasticamente os bombardeios próximos de Kiev e Chernihiv. Representantes ucranianos também disseram que houve avanços para um possível encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelesnky.
A Ucrânia também ofereceu resolver a situação da Crimeia - anexada à Rússia em 2014 - por meio de relações bilaterais dentro de 15 anos. Além disso, os ucranianos pedem que tudo seja feito de maneira diplomática, com esforços políticos e nunca por meios militares.
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia
A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.
Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.
Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.
Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.
A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.
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