Rússia quer negociar com Ucrânia se país for 'desmilitarizado'
'Estamos prontos para negociações assim que as Forças Armadas ucranianas depuserem suas armas', disse o ministro das Relações Exteriores russo
(Foto: AP)
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Seguei Lavrov, informou nesta sexta-feira (25) que o país está pronto para negociar com as autoridades ucranianas. As informações são da agência AFP.
"Estamos prontos para negociações, a qualquer momento, assim que as Forças Armadas ucranianas ouvirem nosso chamado e depuserem suas armas", Lavrov em entrevista coletiva.
De acordo com o diplomata, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tomou a decisão de iniciar a operação militar para “desmilitarizar e ‘densnazificar’ a Ucrânia”. Ele acredita que o país vivia em opressão e, só com a interferência russa, seria possível proporcionar um futuro livre.
O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse às agências de notícias russas que a Rússia está disposta a negociar se a Ucrânia for desmilitarizada.
A Rússia acusa o país vizinho de cometer um “genocídio” da população que fala russo no território, mas não apresentou nenhuma prova até o momento.
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia
A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.
Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.
Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.
Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.
A tensão se estendeu e, nesta semana, se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão nesta quinta-feira (24).
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