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Rússia quadruplica ataques e inicia 'nova fase' da 'operação' na Ucrânia

Durante a última madrugada foram registrados cerca de 1.260 ataques no leste ucraniano

(Foto: AP)

O Ministério da Defesa da Rússia informou nesta terça-feira (19) que quadruplicou os ataques na Ucrânia de ontem para hoje. De acordo com a pasta, foram 1.260 ofensivas durante a última madrugada. Na segunda (18), o número foi de 315.

A maioria dos ataques russos foram registrados na região Leste da Ucrânia, onde pretendem tomar cidades. O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, destacou que todos os alvos dos bombardeios são militares, mas a Ucrânia acusa o invasor de atacar deliberadamente diversos locais com civis.

A ampliação da ofensiva russa revela uma nova fase da chamada “operação militar especial”. Moscou agora quer tomar o controle total de Mariupol e da região do Donbass (Luhansk e Donetsk), todas mais ao leste do país e próximas às suas fronteiras.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, inclusive, já afirmou que a invasão está em uma nova fase durante entrevista para uma TV indiana.

"Mais uma etapa desta operação [no leste da Ucrânia] está começando e tenho certeza que este será um momento muito importante de toda esta operação especial”, disse o diplomata.

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia

A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.

Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.

Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.

Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.

A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.

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