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Rússia anuncia 6 corredores humanitários que passarão por 4 cidades da Ucrânia

Ucrânia considerou a medida 'imoral'

(Foto: Reprodução/Twitter: @Filippo Grandi)

O porta-voz do governo russo, Igor Konashenkov, informou nesta segunda-feira (7), que seis corredores humanitários serão abertos passando por quatro cidades ucranianas para permitir que as pessoas fujam da guerra.

De acordo com a agência internacional Reuters, o cessar-fogo nas cidades estava previsto para às 10h de Moscou (4h no horário de Brasília). Segundo a agência russa RIA, os corredores partirão de Kiev, Kharkiv, Mariupol e Sumy, que são as cidades mais afetadas pelo conflito.

A rota que sai de Kiev levará a Belarus, quem está em Kharkiv só poderá fugir para território russo, e moradores de Mariupol e Sumy podem ir para a Rússia ou para outro território ucraniano.

Um porta-voz do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, repudiou os corredores humanitários anunciados pela Rússia os classificando como “imorais”. De acordo com ele, o sofrimento da população está sendo usado para criar uma imagem televisiva. “São cidadãos ucranianos, eles deveriam ter o direito de ir para território ucraniano”, disse.

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia

A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.

Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.

Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.

Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.

A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de quinta-feira (24).

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