Rússia afirma ter tomado a cidade de Mariupol
Vladimir Putin, no entanto, desistiu de tomar complexo de Azovstal; Ucrânia fala em incapacidade do Exército russo
(Foto: Reprodução/Twitter: @KremlinRussia_E)
A Rússia afirmou nesta quinta-feira (21) que tomou a cidade ucraniana de Mariupol, a mais afetada pela guerra que está prestes a completar dois meses.
Apesar do anúncio, o presidente russo, Vladimir Putin, informou que desistiu de capturar um complexo metalúrgico de Azovstal, onde se concentram mais de 2 mil soldados e civis da Ucrânia.
De qualquer forma, a Ucrânia não confirmou se a Rússia de fato está sob controle de Mariupol, mas disse que os russos não tomaram o complexo, que tem 6 Km², muitos túneis e passagens subterrâneas porque são incapazes.
A metalúrgica de Azovstal é uma das maiores da Europa e é considerada estratégica para a Rússia porque tem saídas para o mar e está entre a região de Donbass (Luhansk e Donetsk), onde há um forte sentimento separatista, e da Crimeia, anexada ao país em 2014.
"Considero que o ataque proposto na zona industrial não é apropriado. Ordeno o cancelamento do ataque. Precisamos pensar na vida de nossos soldados e oficiais. Não há necessidade de entrar nestas catacumbas e rastejar no subsolo através das instalações industriais. Bloqueiem toda a área industrial para que nem mesmo uma mosca possa escapar”, anunciou Vladimir Putin, que destacou que poupará a vida dos que se renderem.
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia
A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.
Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.
Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.
Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.
A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.
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