RedeTVi - Notícias | Mundo

Presidente do Equador diz que país vive estado de guerra

O país vive uma onda de violência desde segunda-feira (8)

(Foto: EFE)

Nesta quarta-feira (10), o presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmou que com a onda de violência o país está em “estado de guerra”. 

Com ruas vazias, a crise que completou três dias iniciou com a fuga da prisão do chefe da maior facção criminosa do país, Jose Adolfo Macias, conhecido como Fito. 

"Vivemos em um estado de conflito, um estado de guerra [e nesse caso] se aplicam outras leis, aplica-se também o direito humanitário internacional, que é diferente do direito comum do Equador", disse o presidente. 

(Foto: EFE)

Entenda as origens da atual crise de segurança do Equador

Desde 2021, o país é sacudido por rebeliões, motins e enfrentamentos entre facções do crime organizado e das forças de segurança. Para entender as origens dessa crise na segurança pública do país sul-americano, a Agência Brasil entrevistou dois especialistas em América Latina.   

Os professores ouvidos concordam que a violência no Equador tem origem na pobreza da população, que oferece abundante mão de obra para o tráfico, na demanda de drogas dos Estados Unidos e da Europa, principais centros consumidores do planeta, e nas mudanças na dinâmica do tráfico internacional de drogas, em especial, relacionadas ao papel da Colômbia, vizinha do Equador.  

O presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professor Nildo Ouriques, destaca o papel que as políticas sobre drogas na Europa e nos Estados Unidos desempenham nos países da América Latina, que são afetados pelo baixo valor dos seus principais produtos de exportação.  

“O consumo de cocaína na Europa e nos Estados Unidos é gigantesco e não há política lá que possa minimizar isso. Isso coloca uma demanda sobre os países latino-americanos que estão submetidos à deterioração dos termos de troca e o único produto que não cai no mercado mundial é a cocaína. O petróleo cai, a banana cai, o cacau cai, tudo cai, menos a coca”, destacou.  

Nildo Ouriques acrescenta que a piora do mercado de trabalho, tanto no Equador quanto nos demais países latino-americanos, facilitou o trabalho do tráfico internacional. “Nunca antes no desenvolvimento capitalista da América Latina a situação do trabalho foi tão aviltada, de tal maneira que o convite para o crime é gigantesco. É um exército industrial de reserva inesgotável e que leva toda a juventude”, destacou. 

Veja também!

- Caso Edson Davi: polícia identifica família estrangeira que brincou com menino na praia

- Criminosos armados surpreendem turistas em buggy nas dunas do Ceará

- Pacheco promete solução negociada para MP da reoneração da folha

Confira o nosso canal 'Notícias RedeTV' no Youtube: