ONU prevê crise profunda em países emergentes por causa da pandemia de coronavírus
Entre fevereiro e março, US$ 59 bilhões deixaram os países emergentes; US$ 7 bilhões só no Brasil
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta segunda-feira (30) que "as coisas piorarão muito para as economias em desenvolvimento" por conta da pandemia de coronavírus. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) disse que os países emergentes, incluindo o Brasil, precisarão de US$ 2,5 trilhões para enfrentar a crise.
A UNCTAD fez um comparativo econômico entre a crise financeira de 2008 com a atual situação global e afirmou que "a velocidade com que as ondas de choque econômico da pandemia atingiram os países em desenvolvimento é dramática". O Brasil, por exemplo, já sofreu com retiradas de US$ 7 bilhões de investidores não-residentes no país entre fevereiro e março.
O relatório mostra que nos dois meses que a Covid-19 se espalhou pelo mundo para além da China, os países em desenvolvimento sofreram com as saídas de capital, crescentes spreads de títulos, depreciações cambiais e perdas nas receitas de exportação, além da queda nos preços das commodities e pela quase inexistência de turismo.
Esses dados mostram que "o impacto foi mais profundo do que em 2008" e, por isso, o orgão não está otimista com a recuperação da economia desses países após a crise. Em 2008, a saíde de capital dos emergentes foi de US$ 26,7 bilhões, o valor de 2020 subiu para US$ 59 bilhões, segundo a ONU.
As repostas de economias avançadas que fazem parte do G20 já chegaram ao investimento de US$ 5 trilhões e "representa uma resposta sem precedentes a uma crise sem precedentes, que atenuará a extensão do choque físico, econômico e psicológico", segundo a UNCTAD. Apesar de não terem detalhado de como será investido esse dinheiro, o relatório diz que ele será importante para recuperação de dois pontos percentuais na produção global.
Mas todo esse dinheiro não será suficientes para que o mundo não entre em recessão e isso significará sérios problemas para os países em desenvolvimento. "Na falta de capacidade monetária, fiscal e administrativa para responder a esta crise, as consequências de uma pandemia combinada de saúde e de uma recessão global serão catastróficas para muitos países em desenvolvimento", disse a ONU.
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