ONU critica cerco de Israel contra Gaza e condena ataques do Hamas
António Guterres, secretário-geral da ONU, pediu cessar fogo e libertação de reféns
(Foto: EFE)
Numa declaração feita nesta segunda-feira (9) pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, a entidade condenou os ataques a Israel pelo grupo terrorista Hamas e criticou o cerco israelense sobre Gaza, além de alertar para os ataques contra escolas e hospitais palestinos
“Eu reitero meu pedido pelo imediato cessar de ataques e libertação de todos os reféns”, declarou Guterres.
Citando o número de mortes desde que as intensivas do Hamas contra Israel se iniciaram no sábado (7), o chefe da ONU condenou os ”ataques abomináveis do Hamas e de outros grupos contra cidades e vilarejos israelenses na periferia de Gaza, que deixaram mais de 800 israelenses mortos e mais de 2.500 feridos.”
Ele ainda afirmou que, devido aos desaparecidos e ataques desde o início do conflito, a organização espera que esses números aumentem.
Apesar de criticar a ação do grupo terrorista de lançar "foguetes indiscriminados que atingiram o centro de Israel, incluindo Tel Aviv e Jerusalém”, ele reconheceu as reivindicações palestinas. "Reconheço as queixas legítimas do povo palestino. Mas nada pode justificar esses atos de terror e a morte, mutilação e sequestro de civis”, disse.
Guterres também condenou a contra-defensiva de Israel contra os civis. "Estou profundamente alarmado com as informações de que mais de 500 palestinos - incluindo mulheres e crianças - foram mortos em Gaza e mais de 3.000 ficaram feridos. Infelizmente, esses números estão aumentando a cada minuto à medida que as operações israelenses continuam”, relembrou.
Ele pediu que mesmo com a guerra os direitos humanitários se fizessem respeitados. "Embora eu reconheça as legítimas preocupações de segurança de Israel, também lembro a Israel que as operações militares devem ser conduzidas em estrita conformidade com o direito humanitário internacional. Os civis devem ser respeitados e protegidos em todos os momentos e infraestrutura civil nunca deve ser um alvo”, argumentou.
O chefe da ONU também citou o novo cerco israelense que deve ser iniciado contra Gaza, “não permitindo a entrada de nada - nem eletricidade, alimentos ou combustível”. Contudo, não seria a primeira vez que o país sofre um bloqueio.
"A situação humanitária em Gaza já era extremamente terrível antes dessas hostilidades; agora, ela só vai se deteriorar exponencialmente”, complementou.
Em um apelo internacional, o representante pediu apoio humanitário para a causa e que atos extremistas sejam desencorajados.
Guterres destacou que a violência assistida agora é a continuação de um conflito silencioso que já se estende há décadas. "A violência mais recente não surgiu em um vácuo. A realidade é que ela surge de um conflito de longa data, com uma ocupação de 56 anos e nenhum fim político à vista"
"É hora de acabar com esse círculo vicioso de derramamento de sangue, ódio e polarização. Israel precisa ver materializadas suas necessidades legítimas de segurança, e os palestinos precisam ver concretizada uma perspectiva clara para o estabelecimento de seu próprio Estado", completou.
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