'O mundo é mais diversificado que EUA e Europa', diz porta-voz do Kremlin sobre possível saída do G20
O russo Dmitri Peskov rebateu as falas do presidente dos Estados Unidos sobre uma possível expulsão do grupo
(Foto: Alan Santos/PR)
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira (26) que o mundo é mais diversificado que os Estados Unidos e a Europa e nada de terrível acontecerá se a Rússia for expulsa do Grupo dos Vinte (G20), já que a maioria dos países do bloco estão “contra Moscou”.
A fala se dá após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cogitar a possibilidade de retirar o país do grupo com as 19 maiores economias do mundo e União Europeia. De acordo com o americano, essa é uma questão que deve ser resolvida pelo próprio G20, no entanto, China e Indonésia já se posicionaram contra essa possibilidade.
"O formato do G20 é importante, mas nas circunstâncias atuais, quando a maioria dos participantes estiver em estado de guerra econômica conosco, nada de terrível acontecerá”, disse Peskov ao ser questionado sobre uma possível expulsão da Rússia.
O porta-voz ainda destacou que o mundo vai além de Estados Unidos e Europa e previu que os países fariam esforços para isolar a Rússia, mas, de acordo com ele, tudo isso fracassou até o momento.
Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia
A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.
Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.
Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.
Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.
A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.
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