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Kremlin condena fala de Biden, que chamou Putin de criminoso de guerra

Comentário não condiz com o de um líder de uma potência como os Estados Unidos, segundo o porta-voz Dmitry Peskov

(Foto: Reprodução/Twitter: @KremlinRussia)

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta terça-feira (5) que os comentários do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre Vladimir Putin são “inaceitáveis”. Na ocasião, Biden chamou o presidente da Rússia de “criminoso de guerra” por permitir o suposto massacre das tropas russas contra civis ucranianos na cidade de Bucha.

Na segunda-feira (4), além da acusação, Joe Biden disse que Putin deveria ser julgado diante das imagens que foram divulgadas na imprensa de civis mortos em Bucha.

O Kremlin, por outro lado, repudiou a fala do estadunidense e Peskov afirmou que o comentário não condiz com o de um líder de uma potência como os Estados Unidos. O porta-voz da presidência russa disse que o assassinato de civis em Bucha é “falsa monstruosa”, servindo apenas para prejudicar a imagem do exército do país.

"Novamente pedimos à comunidade internacional: afastem-se dessas percepções tão emocionais e pensem com suas cabeças. Comparem os fatos e entendam a falsificação monstruosa com a qual estamos lidando”, completou Peskov.

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia

A tensão entre os dois países é antiga. No fim de 2013, protestos populares fizeram com que o então presidente ucraniano Víktor Yanukóvytch, apoiado por Moscou, renunciasse. Na época, os ucranianos debatiam uma possível adesão à União Europeia.

Em 2014, a Rússia invadiu a Ucrânia e anexou o território da Crimeia, incentivando separatistas pró-Rússia desde então. Em 2015, foram firmados os Acordos de Minsk que decretavam um cessar-fogo, entre outros pontos, e proibiam Moscou de apoiar os rebeldes e Kiev deveria reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias autônomas.

Apesar disso, o conflito continuou, o cessar-fogo não foi respeitado e cerca de 10 mil pessoas morreram desde então.

Em novembro de 2021, a Ucrânia se movimentou para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia se sentiu ameaçada e iniciou exercícios militares na fronteira com o país vizinho, exigindo que a nação nunca se torne um membro.

A tensão se estendeu e se agravou após o presidente russo reconhecer Donetsk e Luhansk como províncias independentes, causando sanções por parte do Ocidente e a invasão de 24 de fevereiro.

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