EUA planejava matar outro militar iraniano no dia de ataque a Soleimani, diz jornal
Abdul Reza Shahlai atua no Iêmen e é comandante de grupo de elite
O general iraniano Qassem Soleimani não era o único militar do país que os Estados Unidos queriam matar na sexta-feira (3) passada, segundo o jornal "Washington Post". Abdul Reza Shahlai, comandante de uma força de elite que atua no Iêmen, também seria um alvo dos americanos.
O jornal afirma que autoridades dos EUA confirmaram o ataque frustrado e dizem que a morte de Soleimani faz parte de uma operação mais ampla. A nova informação coloca em xeque a justificativa de Trump ao atacar o general em Bagdá, afirmando que a morte foi apenas para impedir um ataque iminente aos americanos.
Autoridades do Pentágono estariam monitorando os dois ataques para anunciá-los juntos se ambos fossem bem-sucedido. Um funcionário do governo teria dito ao jornal que Shahlai pode ser alvo no futuro, embora ambos os países tenham demonstrado interesse em diminuir a crise.
Morte de Soleimani
O principal comandante militar do Irã e líder de uma milícia local pró-Teerã, Qasem Soleimani, foi morto num ataque coordenado pelos Estados Unidos contra um aeroporto de Bagdá, capital do Iraque, na madrugada da sexta-feira (3) passada.
O pentágono confirmou em um comunicado que foi responsável pelo bombardeio realizado por um drone e que a ação foi autorizada pelo presidente Donald Trump para evitar que o Irã realizasse novos ataques contra alvos americanos.
“Os militares dos EUA tomaram medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal dos EUA no exterior, matando Qasem Soleimani. Esse ataque teve como objetivo impedir futuros planos de ataque iranianos. Os Estados Unidos continuarão a tomar as medidas necessárias para proteger nosso povo e nossos interesses, onde quer que estejam ao redor do mundo”, afirmou a nota.
Analistas internacionais afirmam que a morte de Soleimani é maior do que a de Osama Bin Laden. Ele estava na lista das 50 pessoas que moldaram a década feita pelo jornal Financial Times.
O general era visto como um herói no Irã e tinha papel-chave nas negociações políticas para formar um governo no Iraque.
Ataque a bases americanas
Por meio da TV estatal, a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã informou em nota divulgada que a Força Aérea do país bombardeou com vários mísseis a Base Aérea de al-Asad, no Iraque, em retaliação ao assassinato do general "herói Qassem Soleimani".
"Nós alertamos os arrogantes EUA [Estados Unidos] de que quaisquer novas provocações levarão a retaliações mais graves e destrutivas", acrescenta o comunicado. O nome da operação foi batizada de "Mártir Soleimani".
O Irã também deu a entender que Israel, apoiado pelos EUA, poderia se tornar alvo de um ataque militar. "Nós não distinguimos os governos americano e sionista".
Envio de soldados
No mesmo dia da morte de Soleimani, os Estados Unidos afirmaram que 3 mil soldados se deslocariam para o Oriente Médio como uma medida de precaução aos recentes acontecimentos na região.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos revelou que a Força de Resposta Imediata da 82ª Divisão Airbone, sediada no Fort Bragg, na Carolina do Norte, será enviada para o Kwait.
O Pentágono disse anteriormente que aproximadamente 750 soldados seriam imediatamente enviados ao Oriente Médio à medida que a manifestação contra a embaixada dos EUA em Bagdá se tornou violenta. Também foi revelado que mais tropas seriam enviadas nos próximos dias.
Pronuciamento dos EUA
O presidente Donald Trump fez um pronunciamento em que disse que o ataque dos Estados Unidos foi uma ação para parar e não para começar uma guerra.
A morte de Soleimani causou tensão entre líderes mundiais devido ao risco da escalada do conflito entre Estados Unidos e Irã.
Durante o pronunciamento, Trump classificou Soleimani como “o terrorista número 1 do mundo” e disse que o iraniano estava planejando ataques terroristas contra diplomatas e militares norte-americanos. “Sobre nossa política contra terrorista que ameaçam ou pretendem ameaçar qualquer americano, nós vamos encontrá-lo e eliminá-lo”, disse o presidente.
Trump responsabilizou Soleimani pelos ataques a alvos dos EUA no Iraque, incluindo ataques a mísseis e o ataque à embaixada em Bagdá. “Soleimani perpetuou atos de terrorismo para desestabilizar o Oriente Médio pelos últimos 20 anos”.
O presidente disse ainda que o ataque que resultou na morte de Soleimani deveria ter sido feito há muito tempo. “Muitas vidas teriam sido salvas. Recentemente Soleimani liderou a repressão brutal contra protestos no Irã em que mais de mil civis inocentes foram torturados e mortos pelo governo errado.”
Trump disse ter um profundo respeito pelo povo iraniano e que não procura uma mudança de regime. “Entretanto o uso do regime iraniano de ações para desestabilizar seus vizinhos deve acabar e deve acabar agora. O futuro pertence ao povo do Irã, àqueles que procuram coexistência pacífica e cooperação, não os terroristas lordes da guerra”.
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