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Com Brasil de fora, países debatem metas climáticas mais ambiciosas

Encontro virtual da ONU reuniu dezenas de países


O premiê italiano, Giuseppe Conte, participa da Cúpula de Ambição Climática 2020 - (Foto: Reprodução/ONU via ANSA)

Com o Brasil de fora, dezenas de países do mundo participam neste sábado da Cúpula de Ambição Climática 2020, evento comemorativo dos cinco anos da assinatura do Acordo de Paris e que serviu para nações apresentarem metas mais agressivas de redução nas emissões de poluentes.

O encontro virtual foi organizado pelas Nações Unidas, pela França e pelo Reino Unido - sede da cúpula climática da ONU em 2021 (COP26) -, em parceria com Chile e Itália.

"Devemos agir com determinação sem precedentes, mas precisamos agir agora. O futuro pertence às jovens gerações", disse o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, em sua apresentação - o país sediará um evento preparatório de jovens para a COP26.

O premiê ainda anunciou uma doação de 30 milhões de euros a um fundo da ONU para ajudar nações em desenvolvimento a se adaptarem às mudanças climáticas.

No dia anterior, a União Europeia já havia fechado um acordo para aumentar de 40% a 55% sua meta de redução de emissões "líquidas" de poluentes até 2030.

Também convidado a participar da cúpula deste sábado, o papa Francisco alertou que a pandemia de coronavírus e as mudanças climáticas não têm apenas relevância ambiental, mas também "ética, social, econômica e política", além de incidir "sobretudo na vida dos mais pobres e frágeis".

"Além de adotar algumas medidas que não podem mais ser adiadas, é necessária uma estratégia que reduza as emissões líquidas a zero", acrescentou o líder católico. Segundo o Papa, o Vaticano vai eliminar suas "emissões líquidas" até 2050.

O evento reúne dezenas de líderes globais dispostos a apresentar metas mais agressivas de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. Nomes como Jair Bolsonaro, Donald Trump e Vladimir Putin não foram incluídos entre os oradores.

Controvérsia

A repetição do termo "emissões líquidas" pelos líderes virou motivo de críticas por parte de ambientalistas e de questionamentos sobre até que ponto os governos estão comprometidos na luta contra a crise climática.

"O 'líquidas' em 'zerar emissões líquidas' pode se tornar uma das maiores - e mais perigosas - brechas já criadas. O fato de que nossos governos estão usando a mesma linguagem que as mais poluidoras empresas de combustíveis fósseis realmente diz tudo", escreveu no Twitter a sueca Greta Thunberg.

A tese dos ambientalistas é de que, ao invés de reduzir as emissões brutas de gases do efeito estufa, os governos buscarão apenas maneiras de compensar os níveis de poluentes despejados atualmente na atmosfera, por meio de ações como reflorestamento. 

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