Chefe das Forças Armadas pede desculpas por foto com Trump
Polêmica sessão fotográfica em frente a uma igreja foi criticada
(Foto: Isac Nóbrega/PR)
O chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, Mark Milley, pediu desculpas nesta quinta-feira (11) por ter participado de uma sessão fotográfica polêmica com o presidente Donald Trump, ocorrida no dia 1º de junho.
"Eu não devia estar lá. Minha presença naquele momento e por todo o ambiente criado deram uma percepção de que os militares estavam envolvidos em política doméstica. Como um oficial comissionado em um uniforme, foi um erro com o qual aprendi, e espero que sinceramente todos possamos aprender com isso", disse Milley em um vídeo para os estudantes da National Defense University.
A polêmica sessão fotográfica causou indignação tanto em expoentes religiosos como em políticos - até mesmo republicanos.
Trump quis fazer um passeio até a igreja St. John's, que havia sido alvo de vândalos durante um protesto em Washington. Para isso, ordenou que sua guarda de proteção encerrasse com uma manifestação pacífica pela morte de George Floyd que estava nos arredores do local, sendo que os seguranças e membros da Guarda Nacional jogaram bombas de gás contra os manifestantes.
Ao chegar em frente à igreja, Trump pousou com uma bíblia na mão. Para religiosos de diversas vertentes, o presidente tentou usar a imagem dos cristãos de forma política. Já grupos de direitos civis processaram o presidente por atacar pessoas que não estavam cometendo nenhum crime.
Sobre a morte de Floyd por um policial branco, que causou uma série de protestos por todos os estados do país, Milley afirmou que "ficou com raiva por uma morte brutal e sem sentido". Ele também afirmou que foi um dos que se opôs à ideia do mandatário de colocar o Exército nas ruas contra os protestos.
Nos EUA, as Forças Armadas são um orgulho nacional, mas não podem ser usadas contra seu próprio povo. Em caso de necessidade, a Presidência tem a Guarda Nacional à disposição - como foi usada por Trump em diversas cidades. A possibilidade aventada pelo republicano causou ruído até mesmo dentro de seu partido.
Milley, 61 anos, foi nomeado por Trump para a função em dezembro de 2018, após atuar como chefe do Estado Maior do Exército desde 2015.
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