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Universo Barbie: como as marcas usam a nostalgia na estratégia de marketing?

Especialistas debatem sobre a indústria do entretenimento usufruir da emoção do público

(Foto: Divulgação/ Warner Bros)

O assunto do momento é o universo Barbie! Com lançamento nos cinemas brasileiros na última quinta-feira (20), a boneca mais famosa do mundo saiu das caixas de papelão para ser um fenômeno nas telonas.

O filme mais esperado do ano possibilitou um tsunami cor-de-rosa pelo mundo, onde muitas marcas estão surfando nessa onda, criando visibilidade e faturando alto com parcerias realizadas com a Mattel, empresa responsável pela boneca.

Barbie fez parte da infância de muitas gerações, o brinquedo nasceu nos Estados Unidos em 1959, criada pela empresária Ruth Handler. Com o live-action da Warner Bros, a personagem interpretada por Margot Robbie trouxe uma sensação de nostalgia que tomou conta dos fãs. 

“Os personagens e desenhos geram memórias e isso faz parte do desenvolvimento das pessoas. Tudo que passamos na vida desde a infância que toca nas emoções e geram memórias vai fazer parte do nosso desenvolvimento,” explica o psicólogo Roberto Debski.  

Com essa onda de sentimentos e emoções acionados, a neuropsicóloga infantil, Nathalia Malagone, conta que o hormônio responsável pelas sensações de prazer e afeto é liberado ao associarmos alguns personagem da infância. “Quando o filme capta bem uma passagem de algo que faça sentido para aquela pessoa, pela sua história de vida ou crenças, nossos neurotransmissores liberam oxitocina que associam a cena do filme com a emoção. O nosso cérebro armazena memórias dessas emoções, assistir novamente a filmes podem trazer esses sentimentos à tona, com nostalgia”.

Com todo esse sucesso, o hype do marketing rosa está sendo usado por muitos profissionais para faturar mais devido as técnicas usadas pelas marcas acessarem nossa memória afetiva. 

“O público é guiado pela memória afetiva e quer de certa forma reviver esse sentimento. Quando geramos uma experiência, geramos um ‘eco’. A partir de uma boa experiência é gerada um possibilidade da divulgação orgânica atingir novas pessoas e com isso gerar ótimos resultados”, destaca o gerente de marketing e perfomance, Arthur Wogram.

O psicólogo Roberto Debski ressalta que a indústria do entretenimento trabalha com a emoção das pessoas, criando um certo vínculo com o consumidor, causando assim a venda de produtos que remeta a sentimentos e emoções. 

Trabalhando para acessar o emocional dos clientes, as marcas devem criar formas de atrair vendas. No entanto, o especialista em marketing, ressalta que antes de iniciar uma campanha de marketing com algum tema em alta, como o caso do filme Barbie, o empresário deve se perguntar: os consumidores de Barbie também consomem o meu produto ou serviço?  

“Pesquisa de mercado e entendimento do publico consumidor e alvo são fundamentais. Adaptação é o segredo! Toda marca pode aproveitar o tema, desde que seja algo criado e que faça sentido, que consiga criar uma relação”, esclarece Wogram.  

Portanto, antes de tentar surfar no hype e seguir o que todos estão fazendo, as empresas devem entender os desejos de seu publico para utilizar da memória afetiva a seu favor e relacionar sua marca a um personagem. O fato é que o cor-de-rosa voltou a moda e que a boneca mais famosa do mundo está no poder! 

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