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Prates diz que Petrobras pode seguir outras políticas de preço além do PPI

O presidente também negou intervenção do Estado na Petrobras

(Foto: Agência Brasil)

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, deu novos sinais de que não deve mais seguir a Paridade de Preços de Importação (PPI) para a definição dos valores do petróleo. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (2), Prates disse que a Petrobras irá "praticar preços competitivos como ela achar melhor".

A PPI, medida adotada durante o governo do ex-presidente Michel Temer, se baseia nos custos de importação, que incluem transporte e taxas portuárias como principais referências para o cálculo dos combustíveis. Atualmente, os preços no mercado interno brasileiro sofrem alterações de acordo com a cotação do barril no mercado externo e a taxa de câmbio.

Prates ressaltou ainda que a empresa pode se basear em mais de uma referência para garantir o melhor preço ao consumidor brasileiro. "Pode ser uma política transversal, pode ser uma política de referência de preços, pode ser uma política de monitoramento de estoques estratégicos. Eu, particularmente, defendia – digo isso no passado porque, hoje, estamos em outra dimensão – que não existe bala de prata, não existe um dogma, não existe um preço só de referência no Brasil todo”, afirmou. 

Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ofereceu auxílio ao Ministério de Minas e Energia e declarou que está buscando por alternativas para que as variações de preços internacionais não pesem tanto no bolso do consumidor

"A gente se dá muito bem, e esse processo ele foi construído, ele sugeriu. Na verdade, a gente está atrás de uma política transparente de preço para o Brasil. Como se constrói esse preço? Qual a margem admitida do mercado? Como funciona isso? O PPI regional é uma boa referência? Então eu acho que é disso que ele [Haddad] está falando. É o mesmo grupo de trabalho", disse Prates sobre a declaração do ministro. 

Na sequência, Prates também comentou sobre a regra de distribuição de dividendos da Petrobras, que foi bastante criticada por Lula durante discurso nesta quinta. 

"Esse é um exercício perfeito daquilo que eu disse do "trade off". Você vai chegar para a assembleia soberana dos acionistas e vai dizer: "olha, eu tenho este plano aqui ou distribuir dividendos". E aí ela vai votar. Não é bacana isso? É um teste. Me ocorreu isso agora. É exatamente isso que a gente propôs. Acabou que ficou assim. Para cumprir a tal regra inflexível, de 60% do trimestre, a gente ficou com 6,5 bi. E o que que faz? A gente quer cumprir a regra e não vai distribuir. Então faz uma reserva. Aí apresenta um plano de investimento e apresenta aos acionistas na assembleia”, pontuou. 

O novo presidente da estatal também tranquilizou o mercado, que demonstrou preocupação com uma possível intervenção do governo na gestão da empresa.

"O presidente da República, o governo, em momento nenhum chegou para mim e disse: 'Faça aquilo. Faça isso'. 'Como funciona isso? Lá é assim?' E eu disse: 'Olha, lá é isso, tem que passar pelo conselho, tem que ser estudado'. Ou seja, em nenhum momento está havendo qualquer grau de intervencionismo na Petrobras”, garantiu. 

Por fim, Prates disse que estar aberto a dialogar com os dois lados, acionistas e governo. Ele também diferenciou o conceito de empresa estatal e privada.

“O que eu pretendo fazer é conversar sempre. E sempre há tempo de se mudar decisões, que eventualmente possa ser errada ou inadequada para um lado ou para outro. Tentar buscar um consenso, tanto para o governo, como para os acionistas, é o grande desafio de um gestor de estatal. Empresa estatal é estatal por alguma razão. Não vai se comparar com uma empresa privada. Não é livre, não é assim”, concluiu.

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