Justiça aceita pedido de recuperação judicial das Americanas
Empresa declarou dívidas de R$ 43 bilhões de um total de cerca de 16.300 credores
(Foto: Gustavo Lacerda/Divulgação)
O juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, aceitou o pedido de recuperação judicial das Americanas, feito pela companhia nesta quinta-feira (19). O valor total das dívidas da varejista somam, ao todo, R$ 43 bilhões, entre 16,3 mil credores.
“Trata-se de uma das maiores e mais relevantes recuperações judiciais ajuizadas até o momento no país, não só por conta do seu passivo, mas por toda a repercussão de mercado que a situação de crise das requerentes vem provocando e, por todo o aspecto social envolvido, dado o vultoso número de credores, de empregados diretos e indiretos dependentes da atividade empresarial ora tutelada, bem como o relevante volume de riqueza e tributos gerados”, afirmou o juiz.
Na decisão, Assed também determina a intimação para que os bancos cumpram a decisão cautelar do último dia 13, que suspendeu a possibilidade de cobrança de dívidas da empresa pelo prazo de 30 dias.
De acordo com a medida de hoje, a Americanas deverá usar os recursos exclusivamente para o fluxo de caixa de sua atividade empresarial.
A varejista chegou a alegar que os bancos bancos Votorantim, Bradesco, Safra e Itaú não cumpriram a medida, e fizeram compensações em contas correntes da companhia.
"A eventual quebra do Grupo Americanas pode acarretar o colapso da cadeia de produção do Brasil, com prejuízos em relevantes setores econômicos, afetando mais de 50 milhões de consumidores, colocando em risco dezenas de milhares de empregos. [...] Isso posto, e observados os requisitos legais, defiro o processamento da recuperação judicial do Grupo Americanas", completou o juiz.
Por fim, Assed nomeou a sociedade especializada Preserva-Ação Administração Judicial e o Escritório de Advocacia Zveiter como administradores judiciais da recuperação judicial da companhia.
Em nota à imprensa, a Americanas disse que seguirá operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial. operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial, "cujo um dos objetivos principais é a própria manutenção de empregos, pagamento de impostos e a boa relação com seus fornecedores e credores e investidores de forma geral".
A empresa comunicou que o grupo de acionistas referências da companhia - constituído pela 3G Capital Partners - pertencentes aos sócios orge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Hermann Telles, informou ao presidente do conselho de administração que pretende manter a liquidez da Americanas em patamares que permitam o bom funcionamento de operação.
"Através deste comunicado, pedimos o engajamento de todos os colaboradores nesta nova fase e principalmente dos fornecedores com quem temos relações históricas. A história da Americanas segue com determinação rumo a uma nova fase, com o compromisso com a sociedade e disposta a construir soluções que possam vir atender aos credores da empresa”, disse a empresa.
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