Em meio à alta do arroz, Brasil tem safra recorde de grãos, diz Conab
Foi registrada a colheita de 257,8 milhões de toneladas, 11 milhões a mais do que a safra anterior; arroz cresceu 6,7%
(Foto: Arquivo/Agência Brasil)
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta-feira (10) que a safra de grãos de 2019/20 rendeu 257,8 milhões de toneladas, 11 milhões a mais do que a safra anterior. Soja, milho e algodão foram os protagonistas, mas o arroz, que virou pauta essa semana pelo alto preço que está sendo vendido nos supermercados brasileiros, também fechou com alta de 6,7% em relação à última safra.
O arroz rendeu 11, 2 milhões de toneladas nesta safra e, com a colheita praticamente fechada, 10,3 milhões de toneladas ainda estão em áreas de cultivo irrigado e cerca de 900 mil toneladas em plantio de sequeiro. O feijão, que também não pode falta na mesa do brasileiro, tem estimativa de produção total de 3,23 milhões de toneladas, com aumento de 6,4% ao obtido em 2018/19. A primeira e a segunda safras já estão encerradas.
O 12º Levantamento de Grãos realizado pela Conab mostrou recordes e, segundo a Companhia, a evolução deve-se ao aumento de 4,2% na área plantada, aliado ao ganho de 0,3% na produtividade. A soja continua sendo o carro chefe do Brasil, o país é o maior produtor mundial do grão e nesta safra a produção estimada é de 124,8 milhões de toneladas, ganho de 4,3% em relação a anterior. O milho deve chegar a mais de 102 milhões de toneladas e o algodão de 2,93 milhões de toneladas.
Arroz
Apesar da safra recorde, a Conab afirmou que a importação de arroz deve ser intensificada nos próximos meses e que a balança comercial deve ser superavitária, em torno de 400 mil toneladas. Estudos feitos pela Companhia ainda mostram que o consumo do alimento deve crescer cerca de 5, 1 % por conta da população cozinhar mais em casa no período da pandemia da Covid-19.
"Ainda para a safra 2019/20, de março de 2020 até fevereiro de 2021, projeta-se exportação de 1,5 milhão de toneladas e importação de 1,1 milhão de toneladas, com a perspectiva forte de demanda internacional e preços nacionais competitivos no mercado externo", concluiu a Conab.
Imposto zerado
O Ministério da Economia decidiu, por meio da Câmara de Comércio Exterior (Camex), zerar a alíquota do imposto de importação para o arroz em casca e beneficiado. A isenção valerá o fim de 2020. A decisão foi tomada a partir de um pedido do Ministério da Agricultura.
Notificação aos supermercados
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor, notificou na quarta-feira (9) a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e os representantes de produtores de alimentos que compõem a cesta básica brasileira pedindo explicações sobre a alta nos preços dos alimentos. O governo percebeu a alta principalmente no valor do arroz e deu cinco dias para que as instituições se expliquem.
Caso identifique abuso no valor dos alimentos que compõe a cesta básica, o governo pode investigar e sancionar administrativamente os incidentes como infrações aos direitos dos consumidores. As multas podem ultrapassar a casa dos R$10 milhões.
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