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Bovespa desaba 10% e tem 1ª interrupção de negociações desde 2017

Bolsa retomou negociações em forte baixa após "circuit breaker"

(Foto: Divulgação/BM&FBovespa)

O principal índice da bolsa de valores do Brasil, a B3, caiu 10% na abertura do pregão desta segunda-feira (9), o que provocou a interrupção das negociações, processo chamado de "circuit breaker". Essa foi a primeira vez que isso aconteceu desde o caso Joesley, em 18 de maio de 2017, que provocou um colapso na bolsa de valores brasileira.

O Ibovespa, indicador de referência da bolas, acionou o "circuit breaker" às 10h31 desta segunda, com apenas meia hora de pregão. O recuo, naquele momento, era de 10,02%, aos 88.178 pontos. Entre as ações com os "maiores tombos" do dia estão a Via Varejo, que caiu 25%, e a Petrobras, com 22%. 

As negociações foram interrompidas por 30 minutos. Às 11h42, o Ibovespa registrava queda de 9,08%, a 89.094 pontos. Na mínima do dia, chegou a 87.955 – o menor patamar intradia desde 2 de janeiro de 2019.

O dólar opera em alta nesta segunda e chegou, pela 1ª vez na história, no valor R$ 4,79.

O circuit breaker é acionado em momentos de forte queda de preço dos papeis negociados na bolsa. O acionamento é feito em três estágios: quando o Ibovespa desvaloriza 10% em relação ao valor de fechamento do Ibovespa do dia anterior, a negociação é interrompida por 30 minutos; após reabertas as negociações, caso a variação do Ibovespa atinja oscilação negativa de 15% em relação ao valor de fechamento do dia anterior, a negociação é novamente interrompida por uma hora; e com as negociações reabertas, se o Ibovespa cair 20% em relação ao índice de fechamento do dia anterior, a B3 pode determinar a suspensão da negociação por um período a ser definido.

Petróleo e queda nas ações da Petrobrás

O preço das ações estão sendo afetados, principalmente, pela queda no preço do petróleo internacional, em meio a uma disputa entre Arábia Saudita e Rússia. Os preços do petróleo chegaram a cair mais de 30% nesta segunda-feira, o maior recuo diário desde a Guerra do Golfo, em 1991, após a Arábia Saudita ter sinalizado que elevará a produção para ganhar participação no mercado. Os sauditas cortaram seus preços oficiais de venda.

As ações da Petrobras centralizavam as atenções, tendo já registrado forte recuo na sexta-feira, após a Rússia se recusar a aderir cortes adicionais de oferta, propostos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para estabilizar os mercados da commodity.

Os papéis da Petrobrás estavam em leilão de abertura, apontando quedas de mais de 20% cada. Após a abertura os papéis continuavam movimento e desabavam mais de 23%.

Em Brasília, o presidente em exercício, Hamilton Mourão, comentou a queda nos preços das ações da estatal e disse que o governo vai esperar o mercado se acalmar antes de tomar qualquer medida:  “Com a questão do petróleo aí, as nossas principais ações que são da Petrobras devem estar tendo uma flutuação bem grande. Vamos aguardar. As bolsas do mundo todo caíram, todas tiverem uma queda significativa. Vamos aguardar esclarecer a situação para depois o governo ver que medida pode ser tomada.”

A epidemia do novo coronavírus e a disputa entre Arábia Saudita e Rússia sobre o preço do petróleo também montaram um cenário caótico no mercado financeiro e derrubaram bolsas mundo afora nesta segunda-feira (8). 

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