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Banco Central revisa previsão de queda da economia neste ano

Inflação deve fechar este ano em 4,3% e chegar a 3,44% em 2021


(Foto: Miguel Ângelo/CNI)

O Banco Central (BC) espera por uma retração menor da economia brasileira neste ano e inflação mais elevada em relação à expectativa anterior. Em 2021, a inflação será menor e a economia voltará a crescer, segundo projeções divulgadas hoje (17) no Relatório de Inflação.

A estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os preços, bens e serviços produzidos no país, neste ano foi revisada de 5%, em setembro, para 4,4%.

Para o BC, a incerteza sobre o ritmo de crescimento em 2021 segue “acima do usual” e depende do “arrefecimento gradual” da crise gerada pela pandemia de covid-19, de ajuste fiscal e da continuidade das reformas da economia. Com isso, o BC reduziu a previsão de crescimento do PIB, no próximo ano, de 3,9% para 3,8%.

Sobre a economia mundial, o BC avalia que o aumento de casos de covid-19 leva a novas medidas de isolamento social, o que reduz a atividade econômica, mas com efeito esperado apenas no curto prazo. “A ressurgência da pandemia em algumas das principais economias tem revertido os ganhos na mobilidade e deverá afetar a atividade econômica no curto prazo. No entanto, os resultados promissores nos testes das vacinas contra a covid-19 tendem a trazer melhora da confiança e normalização da atividade no médio prazo”, diz no relatório.

Inflação

O BC ajustou a previsão de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 2,1% para 4,3%, em 2020. Para o próximo ano, a estimativa passou de 2,9% para 3,4%. Para o BC, a inflação permanecerá em 3,4% em 2022 e cairá para 3,3% em 2023.

“A inflação ao longo do ano tem refletido basicamente o forte movimento de atividade econômica, associado à crise da pandemia de covid-19 e aos programas de crédito e de recomposição de renda [como o auxílio emergencial], em conjunto com pressões de custos decorrentes do aumento dos preços de commodities [produtos primários com cotação internacional] e de taxa de câmbio em níveis persistentemente mais elevados”, diz o BC.

No relatório, a instituição acrescenta que “pressões localizadas em alguns produtos também têm contribuído, como nos casos da carne, do arroz e da soja”.

Crédito

O relatório também traz projeção para o crescimento do saldo das operações de crédito no país. Essa estimativa subiu de 11,5%, em setembro, para 15,6%. “O aumento decorre tanto da demanda acentuada de crédito das empresas quanto pela recuperação do crédito às famílias, em especial no segmento com recursos livres”, afirma o BC.

Para 2021, a estimativa de crescimento do estoque de crédito foi elevada para 7,8%, ante previsão anterior de 7,3%.

Contas externas

A projeção de déficit em transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países, foi reduzida em 2020 para US$ 7 bilhões (0,5% do PIB), refletindo “o desempenho favorável das exportações. “Essa melhora foi em parte compensada pelo aumento nas importações e pelo maior déficit na conta de renda primária [lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários]”. A previsão anterior era de saldo negativo de US$ 10 bilhões neste ano.

A previsão para os investimentos diretos no país (IDP), que vão para o setor produtivo da economia, neste ano é US$ 36 bilhões, com recuperação em 2021. A previsão para esses investimentos no próximo ano passou de US$ 65 bilhões para US$ 60 bilhões.

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