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Pais "vendem" recém-nascido para pagar a conta do hospital na Índia

Casal alega que foi coagido a deixar a criança para pagar a dívida; já o hospital afirma que eles entregaram o bebê para adoção por "vontade própria"


Shiv Charan e a mulher Babita - (Foto: Reprodução)

Um casal indiano afirmou à imprensa local nesta terça-feira (1º) que foi obrigado a "vender" o filho recém-nascido ao hospital por não conseguir pagar pelo parto. Shiv Charan e a mulher, Babita, alegam que a a criança – o sexto filho do relacionamento - seria dada para adoção. As informações do jornal Times of India.

O caso ocorreu na semana passada, em Agra, no norte do país. Babita, de 36 anos, deu à luz no dia 24 de agosto por meio de cesariana. A conta do Hospital JP ficou em 35 mil rúpias indianas (aproximadamente 480 dólares ou R$ 2,6 mil), mas a família não tinha como arcar com a despesa.

O casal, que não sabe ler ou escrever, alega que o centro médico os manipulou para vender o bebê para adoção por um preço 100.000 rúpias (R$ 7,4 mil). “Colocamos impressões digitais em todos os documentos, conforme solicitado pelo hospital”, disse Shiv ao Times. “Não recebi papéis de alta, contas ou quaisquer outros papéis", completou.

Os pais da criança explicam que desconheciam a situação para a qual estavam sendo induzidos. “Só precisávamos de algum dinheiro”, disse Babita, que diz que está lutando para ter o bebê de volta. Atualmente, segundo a reportagem, o casal conta com o apoio de ativistas dos direitos humanos no caso, que também está sendo investigado pelas autoridades da índia.

Em resposta ao episódio, o gerente do hospital, Seema Gupta, afirmou que o bebê não foi “comprado”, mas que a família “entregou” intencionalmente a criança para adoção. “Essas afirmações estão erradas. Não os obrigamos a desistir do filho. Eles o fizeram por conta própria. Tenho uma cópia do acordo escrito assinado pelos pais, expressando sua vontade”, revela.

De acordo com a mídia local, hospitais na região de Agra são conhecidos por coagir pais carentes a darem seus bebês em troca de dinheiro. Ainda segundo o Times, a família Charan vive em uma casa alugada e atualmente sobrevive com pouco mais de 1 dólar por dia (R$ 5,40), após perder o trabalho devido à pandemia do coronavírus.

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