3ª edição da Perifacon mostra que "a comunidade também consome cultura pop!"
Num período onde o preço dos ingressos espantam os olhos, o evento foca em ser acessível para todos
(Imagem: Reprodução/Acervo Pessoal)
O Perifacon, encontro das favelas, ocorreu no último domingo (30), na cidade Tiradentes, extremo leste de São Paulo, trazendo música, entretenimento e mais! Voltado para as pessoas em vulnerabilidade social e que com difícil acesso aos eventos de cultura pop, devido o alto custo, o Perifacon já emplaca sua terceira edição totalmente gratuita.
"A comunidade também consome, cultura pop, filme, séries quadrinhos", começa o influenciador digital e palestrante, Levi Kaique. "Geralmente os eventos são no centro. A gente que tá na comunidade, tá bem afastado, então tem o custo do transporte, o horário que vai chegar, o horário que vai voltar. Então, você levar o evento pra comunidade é importante! E conseguir com que seja grátis, faz com que um pai de comunidade que ganha um salário mínimo e não vai poder levar seus 3, 4 filhos num evento, possa trazer todo mundo. Vem a família inteira", aponta ele.
O evento entrega a possibilidade de muitos jovens viverem por um dia, através de seus cosplays, sendo abraçadas e bastante ovacionadas pelo público. Inclusive, pelos artistas que marcaram presença e foram receptivos a todos, sem restrição.
A força motriz de jovens prodígios
Abraçando esse formato, o evento dá palco para os prodígios das artes, inspirando jovens e adultos da periferia, onde com acesso a cultura podem almejar voos mais altos. Não é atoa que a ala dos artistas, estava inundada de pessoas que buscam viver e ser exemplo por meio de sua arte.
Morador do Jd. Paulistano, zona Norte de São Paulo, o influenciador digital Kainan Medeiros foi um dos mediadores do painel de 100 anos de existência da Warner Bros, destacando a experiência no evento como um "sonho".
"Parece que estou vivendo um sonho. No ano passado, estava acompanhando painéis de pessoas que admiro. E hoje, eu estava apresentado um painel", afirma ele.
O jovem ressalta ainda que o evento símboliza uma "reparação histórica", devido a falta de acessibilidade de eventos de grande porte para as pessoas carentes.
"A cultura nesse país não é democratizada. Então pessoas que poderiam ter acesso a mais coisa não tem. Acesso a cinema não é barato, teatro e shows, e aqui a gente tem uma mescla de tudo isso e de graça", finaliza ele.
"Não é porque a gente mora na favela que a gente não entende do assunto"
"Para nossa comunidade isso ficou durante muito tempo afastado, pois precisa de uma condição a mais", iniciou o rapper niLL, um dos grandes nomes da música que passaram pelo evento, junto com Tasha & Tracie e Rashid. Entregando uma visão consciente, o músico trouxe a mesa uma análise de que o evento trata-se de uma esperança para a comunidade, onde o efeito dela pode ser denominado como cascata, vindo desde os mais velhos, até os pequenos.
"Além de ser uma porta para o futuro, a molecada vem para o evento e vê a coisa acontecendo.. isso vai mexer na cabeça dessas crianças por um longo tempo, isso é impagável. O Perifacon é gigante, tem de crescer cada vez mais por causa disso, tá trazendo esperança pra gente também, de mostrar que tá tendo o evento da quebrada, totalmente voltado pra quebrada", analisa o rapper. "Se me voltasse a dez anos atrás e falasse pra mim, eu não iria acreditar, sabe? que era possível."
A quarta edição do evento ainda não teve data divulgada.
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