Teste da vacina de Oxford é pausado após caso de reação adversa
Pausa é temporária e para revisão de dados do estudo
A farmacêutica AstraZeneca anunciou na noite desta terça-feira (08) uma pausa temporária nos testes com a vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), criada pela Universidade de Oxford, após um voluntário ter apresentado uma reação adversa grave.
Um voluntário apresentou um sintoma que pode estar ligado à imunização e, por isso, o protocolo de segurança foi ativado para a revisão dos dados. “Essa é uma ação de rotina que se adota durante os testes no caso de nos encontrarmos perante a uma reação inexplicável”, diz a nota, ressaltando que a suspensão é necessária “para assegurar a integridade do processo de testagem”.
Esse tipo de situação é considerada normal em testes de larga escala, como ocorre na fase 3 da vacina ChAdOx1 nCoV-19. A última etapa das testagens servem, justamente, para verificar se surge algum tipo de reação adversa que não havia sido constatada nas fase anteriores, que, normalmente, reúnem apenas centenas de pessoas.
“Em grandes ensaios, os eventos adversos acontecem por acaso, mas devem ser revistos de forma independente para serem verificados cuidadosamente. Estamos trabalhando para acelerar a revisão de um único evento para minimizar qualquer impacto potencial no cronograma do teste”, disse ainda a farmacêutica.
A vacina de Oxford está sendo testada nessa etapa em mais de 30 mil pessoas, e os voluntários estão espalhados em diversos países do mundo, como no Brasil, nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Em nota, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que coordena os testes no país, informou que entre os cinco mil voluntários “não houve registro de intercorrências graves de saúde”.
A AstraZeneca não informou qual foi a reação adversa constatada, mas o jornal “The New York Times” informou que o voluntário apresentou uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal conhecida como mielite transversa. Agora, os especialistas querem saber se ela foi uma reação adversa da vacina ou se o paciente desenvolveu a doença por outros fatores.
[leiamais]A ChAdOx1 nCoV-19 é considerada uma das mais promissoras vacina contra a Covid-19 e, ao lado de outras oito candidatas, está na última fase dos testes de larga escala. É nela diversos governos, incluindo Brasil, Itália e EUA, apostam para iniciar a vacinação já no início de 2021.
Duas das vacinas, mesmo sem terminar as fases de testes, já receberam os registros de seus países de origem para serem produzidas: a russa Sputnik V, criada pelo Instituto Gamaleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia com apoio dos ministérios da Saúde e da Defesa, e a chinesa Ad5-nCoV, da CanSino Biologics em parceria com a Academia de Ciências Militares da China.
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