Ministro inaugura radar meteorológico em São José dos Campos
Radar Meteorológico RMT 0200 cobre um raio de 400 quilômetros
(Foto: Ministério da Ciência)
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, participou nesta quinta-feira (1º) da inauguração do Radar RMT 200 do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa subordinada à pasta. O radar, desenvolvido em parceria com a IACIT, está instalado na área doada pela prefeitura de São José dos Campos para a futura sede definitiva do Cemaden na cidade.
De acordo com o ministério, o Radar Meteorológico RMT 0200 cobre um raio de 400 quilômetros (km), abrangendo o Vale do Paraíba, litoral norte, regiões metropolitanas de São Paulo e de Campinas e algumas cidades do sul fluminense e mineiro, e é capaz de fornecer informações precisas sobre eventos meteorológicos severos, relevantes para melhorar o monitoramento dessas regiões.
O RMT 0200 é um radar meteorológico banda S de dupla polarização em estado sólido. Ele consegue fornecer, por exemplo, dados sobre a formação das chamadas cumulonimbus (CB), as nuvens densas que crescem rapidamente e provocam tempestades volumosas. O radar monitora o tamanho das gotas de água e dos cristais de granizo existentes nessas nuvens. Com essas informações, é possível prever o volume, a localização e o momento em que ocorrerá a precipitação.
Aliados a informações providas por pluviômetros, estações hidrológicas e sensores geotécnicos, além de outros instrumentos instalados em áreas de risco, esses dados servirão para que o Cemaden aumente a capacidade de prevenção de desastres e emita alertas antecipados para os locais abrangidos pela cobertura.
O ministro lembrou os dez anos de existência do Cemaden e disse que o centro cumpre diversos papéis importantes, entre eles o de salvar vidas, em um cenário de mudanças climáticas que causam diversos efeitos no planeta. "Esse trabalho do Cemaden no monitoramento e alertas de desastres é feito de forma única, com qualidade, técnica e ciência. Pelo menos 70% dos cientistas do Cemaden são doutores nas mais diversas áreas”.
Pontes disse ainda que tem planos de expandir as atividades do Cemaden, não só com o radar, mas com o desenvolvimento de tecnologias e equipamentos para resgate em desastres e com um acordo internacional com a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO), na Áustria. "Essa organização monitora qualquer teste de explosão nuclear e outros eventos como tsunamis em todo o planeta e o Cemaden vai ser a organização aqui no Brasil responsável pelo gerenciamento de todos esses dados", explicou.
O ministro destacou a relevância da atuação do Cemaden em um cenário de mudanças climáticas no planeta, com diversos efeitos. “Esse trabalho do Cemaden no monitoramento e alertas de desastres é feito de forma única, com qualidade, técnica e ciência”, disse.
O diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes, informou que a média de pessoas que morreram por desastres naturais no Brasil nos últimos 10 anos diminuiu em mais de 50%. “Isso é resultado de um trabalho articulado com diversas instituições. Devemos também o sucesso do Cemaden a todas as parcerias que temos com diferentes instituições que trabalham com gestão de risco no Brasil”.
Moraes ressaltou que a unidade implantou uma metodologia inovadora para monitorar e emitir alertas de desastres naturais, construída sobre três eixos: mapeamento das áreas de risco, concepção de rede para observar as áreas de risco e equipe multidisciplinar.
Ele destacou o papel relevante dos recursos humanos e da equipe multidisciplinar da instituição, que nos últimos dez anos emitiu cerca de 15 mil alertas de desastres.
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