Ministério da Saúde prevê até 3 mil mortes por dia em março
Cúpula da pasta vê “tempestade perfeita”, com novas variantes, colapso hospitalar e falta de vacinas
Trabalhadores do cemitério com roupas de proteção enterram três vítimas do novo coronavírus no cemitério Vila Formosa, em São Paulo. - (Foto: AP Photo / Andre Penner)
O Ministério da Saúde prevê que haja uma alta de casos e mortes por Covid-19 no Brasil nas próximas duas semanas, com os óbitos ultrapassando a barreira dos 3 mil por dia. A pasta espera que o País atravesse nas próximas duas semanas o pior momento da pandemia. As informações são do jornal Valor Econômico.
As estimativas do ministério dirigido por Eduardo Pazuello ocorrem após o alastramento do vírus em todo o Brasil, impulsionado pelas aglomerações no fim do ano e no Carnaval. Além disso, a circulação no País de novas variantes mais contagiosas e com grande carga viral e dificuldade da população de manter-se em isolamento social fazem com que haja iminência de um colapso do sistema hospitalar em diversos Estados ao mesmo tempo.
A atenção da pasta está focada na região Sul e Norte. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a ocupação de leitos de UTI tem estado próximo ou acima de 100% durante toda a semana. Já na área Norte do País, há preocupações quanto à pouca disponibilidade de leitos, embora o número de casos seja menor. Há alerta também quanto à situação de Estados como Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Na visão da equipe de Pazuello, São Paulo tem conseguido até o momento evitar o pior por possuir a maior rede hospitalar do Brasil. Principal porta de entrada do país, o Estado mais populoso da federação registrou 60 mil das cerca de 260 mil mortes pelo coronavírus em solo brasileiro. Contudo, se um colapso hospitalar ocorrer ali, os números dessa “tragédia anunciada” podem subir de forma considerável.
Otimismo e vacinação
Para o médio prazo, as projeções do ministério da Saúde são otimistas. A estimativa é que a vacinação contra a Covid começará a se acelerar a partir deste mês, com a maior produção do Butantan e da Fiocruz. Em abril, ambos já deverão estar produzindo 1,4 milhão de doses diárias.
Há também a expectativa de vacinas importadas começarem a chegar logo. Pazuello quer imunizar 70 milhões de pessoas até o fim de junho, sendo parte desse grupo prioritário idosos com mais de 60 anos, pessoas com comorbidades e médicos, professores, policiais, indígenas, entre outros.
Na quarta-feira (3), o Ministério da Saúde anunciou a intenção de comprar 100 milhões de doses da vacina da Pfizer e outras 38 milhões de doses da vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson. Com o número total de imunizantes, Pazuello espera que toda a população esteja vacinada até o fim do ano.
O número diário de 3.000 mortes, caso seja alcançado, não será um recorde mundial. Os Estados Unidos já chegaram a registrar mais de 5.000 mortes por dia no início de fevereiro, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.
Hospitais de campanha
Ainda segundo o Valor, o Ministério da Saúde entende que não há muito no momento o que fazer, a não ser estimular a reabertura de hospitais de campanha nos Estados. O governo federal também cogita novas instalações desse tipo já nos próximos dias.
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