Mais de mil indígenas Yanomami em estado grave foram resgatados, diz secretário
Equipes atuam de forma emergencial na região para resgatar indígenas doentes
(Crianças Yanomami - Foto: Weibe Tapeba/Sesai/Divulgação)
De acordo com estimativa do secretário de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, mais de mil indígenas que estavam em estado de saúde grave foram resgatadas da Terra Indígena Yanomami nos últimos dias.
As equipes do Ministério da Saúde estão no local desde o dia 16 de janeiro para atuar no combate à desassistência sanitária no território. Segundo Tapeba, Na maioria dos casos, os indígenas sofrem com malária e desnutrição grave.
"Nós acreditamos que mais de mil indígenas foram resgatados nesses últimos dias do território para não morrer”, afirmou.
Em apenas uma semana, o único hospital infantil do estado recebeu 29 crianças Yanomami doentes.
Os indígenas resgatados das comunidades são levados ao posto de atendimento de Surucucu, unidade referência na região. De lá, os quadros considerados como gravíssimos sai encaminhados para Boa Vista.
Segundo o presidenre Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, no domingo (22), 26 crianças e dois adultos foram resgatados durante atuação do Ministério da Saúde. A força-tarefa conta o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).
"É uma operação que envolve uma complexidade muito grande, uma estrutura, uma logística e nós precisamos cobrir todo o território, principalmente aquelas comunidades que estão muitas vezes refém das ações dos garimpeiros", disse Weibe Tapeba, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (24).
Weibe também pontuou a realização de uma auditoria internar a fim de apurar os contratos de medicamentos e de realização de voos feitos pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami, responsável pelo atendimento direto aos indígenas.
"Pretendemos implantar aqui uma auditoria interna pra acompanhar essas questões do contratos. É um absurdo a gente pensar nessa possibilidade, de desvio de recursos para medicamentos, por exemplo. Estamos acompanhando um cenário bem complicado também no contrato de horas voos, que é o principal aqui do Distrito. A gente não pode pensar desse serviço ser paralisado”, ressaltou.
(Foto: Condisi-YY/Divulgação)
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