Butantan diz que morte mencionada pela Anvisa não tem relação com a vacina chinesa
Anvisa suspendeu testes da Coronavac no Brasil na segunda-feira (9) após 'evento adverso grave'
A morte do voluntário que tomou a vacina contra a Covid-19 da farmacêutica chinesa Sinovac no teste clínico não tem relação com a imunização, de acordo com o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas. A afirmação foi dada em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (10), na sede da entidade.
“É um evento adverso grave que não tem relação com a vacina. Essa informação está disponível à Anvisa desde o dia 6 de novembro, desde que foi identificado este evento adverso grave. Este documento diz que houve este evento, não relacionado à vacina. O que a gente esperava, que a Anvisa avaliasse o documento, mas não foi isso que aconteceu”, disse.
Por motivo de confidencialidade, a identidade do voluntário foi mantida em sigilo e também não foram divulgados detalhes sobre a causa da morte. Não há informações se a pessoa tomou a vacina ou o placebo (substância sem componentes da vacina aplicada em parte dos voluntários do teste).
Nesta segunda-feira (9), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a interrupção dos testes realizados no país da vacina chinesa contra o coronavírus, a CoronaVac. Em nota, a agência afirma que a ação está relacionada à ocorrência de reações adversas durante os testes, identificadas no dia 29 de outubro — contudo, o órgão não revela claramente quais os efeitos identificados.
A agência lembra que a pesquisa pode ser interrompida por várias razões: óbito, efeito adverso potencialmente fatal, reações que exigem internação hospitalar, suspeita de transmissão de agente infeccioso por aparelho médico, entre outros motivos.
Posicionamento da Sinovac
A empresa Sinovac, farmacêutica chinesa responsável pelo desenvolvimento da vacina chinesa contra a Covid-19, afirmou em comunicado oficial nesta terça-feira (10) que "está confiante na segurança" do imunizante. O pronunciamento ocorre um dia depois da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciar a suspensão temporária dos testes da CoronaVac devido a um "evento adverso grave".
A farmacêutica afirmou que ficou "sabendo que o chefe do Instituto Butantan acreditava que esse evento adverso grave não tem relação com a vacina". A empresa ainda disse que o estudo clínico em fase 3 no Brasil "é realizado estritamente de acordo com os requisitos do GCP" (Good Clinical Practice, ou "boas práticas clínicas" em tradução livre).
Com a interrupção do estudo, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado. Mesmo com a repercussão do caso, a Anvisa não informou a causa específica da suspensão dos testes.
A CoronaVac é uma das candidatas a vacina contra o coronavírus e é desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo.
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