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Violoncelista deixa presídio após protestos de colegas e parentes no Rio

Preso desde quarta-feira, músico foi acusado de assalto à mão armada, mas ele estaria trabalhando no momento do crime

Luiz é integrante da Orquestra da Grota há cerca de 16 anos - (Foto: Divulgação/Orquestra da Grota)

O violoncelista Luiz Carlos Justino deixou o presídio neste domingo (6), após protesto de colegas da Orquestra da Grota, onde ele toca, e de parentes. A decisão foi do juiz André Luiz Nicolitt, do plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que determinou a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar.

Justino foi preso na última quarta-feira (2), logo após tocar na estação das barcas de Niterói, juntamente com outro colega, em busca de algum dinheiro. Contra ele, segundo a Polícia Civil, havia um mandado de prisão por assalto à mão armada, ocorrido em 2017, após ele ter sido identificado no álbum de procurados. O músico alegou ser inocente e disse que já havia perdido os documentos, que podem ter sido usados por outra pessoa.

Luiz é integrante da Orquestra da Grota há cerca de 16 anos e, na sexta-feira (3), divulgou em sua página do Instagram uma imagem em que o violoncelista aparecia tocando. Segundo a orquestra, a imagem foi feita no horário do crime e mostra o músico tocando em um restaurante que ele costumava trabalhar. "O horário em que ele costumava tocar neste estabelecimento é às 8h e a ocorrência diz que o crime foi as 8h 30. Absurdo né? Pois é! Assim como muitos outros negros nesse país, Luiz vai dormir mais uma noite longe de sua família. É mais um nas estatísticas dos jovens pretos, favelados e injustiçados do Brasil", diz a legenda.

Na decisão, juiz detalhou os motivos que o levaram a determinar a soltura de Justino: “Saliente-se que a liberdade do acusado ao longo desses dois anos não gerou qualquer problema para a sociedade, pois não responde a qualquer outro crime, sendo que a única organização de que se tem notícia a que o mesmo pertence é uma organização musical. Ao que parece, ao invés de gerar perigo, nesses três anos, vem promovendo arte, música e cultura.”

De acordo com a Polícia Civil, o músico constava no álbum de suspeitos por ter sido denunciado, em 2014, por traficantes da comunidade Grota da Surucucu, em Niterói, como integrante do grupo criminoso.

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