Vereador nega versão de testemunha e diz que tinha boa relação com Marielle
(Foto: Divulgação)
O vereador Marcello Siciliano (PHS) defendeu-se nesta quarta-feira (9) das acusações contra ele no caso Marielle Franco. Ontem, o jornal O Globo destacou que ele foi apontado por uma testemunha como mandante do ataque, que também matou o motorista Anderson Pedro Gomes.
“Gostaria de esclarecer, antes de mais nada, a minha surpresa com relação ao que aconteceu ontem. A minha relação com a Marielle era muito boa, não estou entendendo porque esse factoide foi criado contra a minha pessoa", afirmou Siciliano a jornalistas. "Estou sendo massacrado nas redes sociais por algo que foi dito por uma pessoa que a gente não sabe nem a credibilidade que a pessoa tem. Nunca tivemos conflito político em região alguma. Ela esteve no meu aniversário".
Segundo informações obtidas pelo jornal O Globo, a testemunha, um ex-miliciano, detalhou quatro encontros entre o vereador e o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando de Curicica e preso desde outubro do ano passado (mas ainda liderando diversas favelas), que teriam começado a acontecer em junho do ano passado.
Siciliano, no entanto, negou a informação: "Esse encontro nunca existiu, é pura mentira", disse durante a coletiva.
Questionado sobre a morte de colaborador Carlos Alexandre Pereira, assassinado a tiros em Taquara, na zona oeste do Rio, em abril, o vereador disse não acreditar que o caso tenha relação com a morte de Marielle nem uma possível "queima de arquivo".
O caso Marielle
Carro atingido por tiros (Foto: Reprodução/RedeTV!)
Marielle foi morta após participar um evento que reunia jovens negras, na Lapa, no centro do Rio, na noite de 14 de março. Ela estava com a assessora e o motorista do carro, Anderson Pedro Gomes, que também faleceu, quando o veículo foi emparelhado foi outro e alvejado por ao menos 13 tiros.
A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça. Anderson, que era casado e tinha um filho pequeno, recebeu pelo menos três disparos nas costas. A assessora acabou atingida por estilhaços e não sofreu ferimentos mais graves.
A perícia apontou que todos os disparos foram efetuados por arma de calibre 9 mm e que a munição utilizada fazia parte de lotes vendidos para a Polícia Federal. Nove cápsulas foram encontradas no local.
A polícia trabalha com a suspeita de execução e acredita que o veículo foi perseguido por cerca de 4 km. As autoridades ainda apuram se um segundo carro teria participado dos assassinatos.
Marielle, de 38 anos, era uma conhecida ativista do movimento negro, defensora de minorias sociais e crítica da violência policial no Rio, além de ter sido a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016. Desde 28 de fevereiro, ela atuava como relatora de uma comissão da Câmara dos Vereadores criada para fiscalizar a intervenção federal no Rio.