Polícia acredita que carro com vereadora Marielle Franco foi seguido por 4 km
Os bandidos que mataram a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Pedro Mathias Gomes na noite desta quarta-feira (14) no Rio seguiram o carro onde estava a vítima desde a Lapa até o local dos disparos, na Rua Joaquim Palhares, no Estácio, segundo a Polícia Civil.
O assassino também teria usado uma pistola de uso restrito, calibre 9 mm. Pelo menos três disparos atingiram a cabeça da vereadora. Os responsáveis pela investigação avaliam também que os criminosos tinham conhecimento do lugar exato que ela ocupava no carro no momento do crime. Segundo o jornal O Globo, agentes da Divisão de Homicídios (DH) informaram que a vereadora estava sentada no banco traseiro, à direita.
[leiamais]O chefe de Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, afirmou ainda que nenhuma linha de investigação está descartada, mas trabalha com a hipótese de execução. A polícia já recolheu as imagens de câmeras de segurança instaladas na região para analisar o caso.
A assessora de imprensa de Marielle Franco também estava no veículo e sofreu escoriações e ferimentos leves depois de atingida por estilhaços das balas. Ela prestou depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital e deixou o local cerca de cinco horas depois.
O caso
Marielle, de 38 anos, uma conhecida ativista do movimento negro e crítica da violência policial no Rio de Janeiro. Ela estava dentro de um carro no bairro de Estácio, centro da capital fluminense, quando criminosos emparelharam outro veículo e abriram fogo. O motorista do automóvel onde estava a vereadora, Anderson Pedro Gomes, também morreu.
As características do crime - uma emboscada sem roubo - apontam para a hipótese de execução, que é a principal linha de investigação da polícia. Ao menos nove cápsulas de bala foram achadas ao lado do carro da vereadora, que voltava de um encontro com jovens negras.
O deputado estadual do Psol Marcelo Freixo foi ao local do crime e disse que não sabia de nenhuma ameaça contra Marielle, mas ressaltou que as características de execução são "muito nítidas".
Nascida e criada na favela da Maré, Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições municipais de 2016, com 46.502 votos. Nos últimos dias, postou mensagens nas redes sociais denunciando a violência policial no Rio.
"Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", escreveu no Facebook. Ela também chamou o 41º Batalhão da Polícia Militar de "Batalhão da Morte" por causa de denúncias de crimes no bairro de Acari.
Marielle também era crítica da intervenção militar do Governo Federal na segurança pública do Rio de Janeiro.