Mãe de Renatinho Problema está entre presos em operação contra milícia em Itaboraí (RJ)
Chamou atenção dos agentes a quantidade de mulheres envolvidas no esquema
Entre os presos durante a operação Salvator, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (4), em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, estava Maria do Socorro Nascimento dos Santos, mãe do Renatinho Problema. Renato Nascimento Santos, que é apontado como um dos chefes de milícia e acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, já tinha sido detido em dezembro do ano passado.
Sua mãe é suspeita de ser responsável por buscar a cota de dinheiro a que Renatinho tinha direito, conforme normas regidas pela organização criminosa que chefiava. O valor que Maria do Socorro ia buscar em Itaboraí variava entre R$ 10 mil e R$ 15 mil por semana.
Um fato que chamou a atenção dos agentes envolvidos na operação desta quinta-feira (4) é a quantidade de mulheres que trabalhavam no esquema. "Um número grande de mulheres, seja como gerente financeiro ou como responsável pelas taxas de seguranças. Mais de dez mulheres, uma delas com poder de liderança, de gerência", informou o delegado Gabriel Poiava em coletiva de imprensa.
Operação Salvator
A operação Salvator começou durante a madrugada desta quinta-feira (4). Policiais cumpriram mandados de prisão, busca e apreensão em Itaboraí, Niterói e Rio Bonito, todas cidades situadas na Região Metropolitana do Rio. Entre os presos estavam agentes públicos, policiais militares e um homem que se passava por policial civil. Mayson César Fidelis Santana usava viaturas oficiais e tinha acesso a informações da corporação.
A Polícia começou a monitorar o grupo há um ano, após identificar um aumento no número de desaparecimentos e homicídios, em Itaboraí. Pelo menos 50 corpos foram enterrados em cemitérios clandestinos. "A população estava muito temerosa, muito acuada. Identificamos que desaparecidos que foram excetuados, eles diziam para os parentes não falarem das mortes", explicou o promotor do Gaeco, Romulo Santos.
O grupo seria uma espécie de franquia do miliciano Orlando Curicica, que atua na Zona Oeste da capital. Orlando também foi acusado de envolvimento na morte de Marielle Franco. De acordo com as investigações, o miliciano, preso desde 2017, pediu ao braço direito dele, Renatinho Problema, para expandir os negócios na região metropolitana. O lucro vinha com a exploração de serviços ilegais e cobranças de taxas.
"A gente imagina que eles tenham um lucro de cerca de meio milhão de reais por mês, seja com cobrança de taxas de segurança, extorsões de moradores e comerciantes, seja por venda de botijão de gás. Os moradores eram obrigados a seguir as ordens e se recolher em determinada ordens", afirmou o delegado Poiava.
Veja também!
>>> Polícia prende 35 pessoas em operação contra crime organizado em SP
>>> Mulher é presa por mandar matar marido para receber seguro de vida no Rio de Janeiro
Você já assinou o nosso canal no YouTube? Clique e inscreva-se agora!