Lava Jato apura repasses suspeitos a grupo que tem filho de Lula como sócio

Pagamentos teriam sido feitos entre 2004 e 2016 e seria superiores a R$ 132 milhões

(Foto: Divulgação/Polícia Federal)

A Polícia Federal (PF) deflagrou nova fase da Operação Lava Jato na manhã desta terça-feira (10). Batizada de Mapa da Mina, a ação tem como objetivo buscar provas na investigação sobre repasses financeiros suspeitos, realizados por empresas do grupo Oi/Telemar em favor a empresa de outro grupo corporativo, o Gamecorp/Gol - estas controladas por Fábio Luiz Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, além de Fernando Bittar, Kalil Bittar e Jonas Suassuna.

As autoridades cumprem 47 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal. Foram mobilizados 200 policiais federais e 15 auditores fiscais para o cumprimentos dos mandados, expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba.

As investigações indicam que os pagamentos, feitos entre 2004 e 2016, foram superior a R$ 132 milhões e não tiveram justificativa econômica plausível, ao mesmo tempo em que o grupo Oi/Telemar foi beneficiado por diversas vezes pelo Governo Federal.

A defesa do ex-presidente Lula não se manifestou até o momento sobre a investigação da Lava Jato. Os grupos em questão também não responderam à ação.

Operação

A 'Mapa da Mina', 69ª fase da Lava Jato e desdobramento da 24ª fase, apura crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, tráfico de influência internacional e lavagem de dinheiro envolvendo contratos e/ou acertos suspeitos que geraram repasses milionários a um grupo econômico integrado por pessoas físicas e jurídicas

Estes contratos investigados foram celebrados com operadoras de telefonia, internet e TV por assinatura. De acordo com PF, "evidências indicam que os serviços contratados pelo citado grupo econômico nos principais casos foram realizados em patamares ínfimos ou não foram prestados, apesar dos pagamentos recebidos integralmente". 

Provas documentais recolhidas até então, como contratos e notas fiscais, além de dados extraídos a partir do afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos investigados, apontam que as empresas do grupo Oi/Telemar investiram e contrataram o grupo Gamecorp/Gol sem a cotação de preços com outros fornecedores, realizando pagamentos acima dos valores contratados e praticados no mercado. Além disso, pagamentos por serviços não executados também foram feitos.

Paralelamente,  o grupo Oi/Telemar foi beneficiado pelo governo federal com diversas decisões políticas e administrativas no setor de Telecomunicações. Assinado pelo então presidente Lula, o Decreto nº 6.654/2008 permitiu a operação de aquisição da 'Brasil Telecom' pelo grupo Oi/Telemar, em 2008.

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