Justiça proíbe lançamento de biografia sobre Suzane von Richthofen
Editora responsável pela publicação irá recorrer da decisão
Suzane von Richthofen saindo da prisão após liberdade temporária no Dia dos Pais (Foto: Reprodução/Twitter)
A Justiça do Estado de São Paulo proibiu a divulgação e comercialização da biografia de Suzane von Richthofen escrita pelo jornalista Ulisses Campbell. A informação foi confirmada ao Portal da RedeTV! pelo dono da editora Matrix - que é responsável pela publicação e pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Com previsão de lançamento para 2020, a obra teve o lançamento suspenso após decisão da juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da comarca de São José dos Campos. Para ela, o autor não possui autorização para divulgação ou exposição da história.
A juíza ainda afirmou que Suzane alega que o jornalista a perseguiu para conseguir as informações durante suas saídas temporárias, prejudicando sua privacidade. A decisão prevê multa diária de cinco salários mínimos caso a ordem seja descumprida.
O proprietário da editora, Paulo Tadeu, disse que o grupo vai recorrer da decisão. “A gente vai recorrer porque se não vira censura prévia, não pode deixar isso acontecer”, disse em entrevista ao Portal da RedeTV!.
Paulo ainda disse que outras obras sobre Suzane já foram lançadas anteriormente e que o livro escrito por Ulisses Campbell seria uma versão mais atual.
De acordo com a editora, o livro conta a história da vida de Suzane dentro da prisão, entrevistando pessoas que conviveram com ela no encarceramento.
Suzane von Richthofen foi condenada a 39 anos em 2002, após planejar o assassinato de seus pais Manfred e Marísia von Richtofen. A reportagem confirmou o caso com informações do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Mudança na publicação
No início de outubro, ela pediu à Justiça uma liminar para barrar a publicação ‘Suzane – Assassina, manipuladora, narcisista e egocêntrica’. A pena era uma multa diária de R$ 5 mil, caso houvesse descumprimento.
Mesmo após protocolar as alegações, o pedido foi negado em primeira instância pela juíza Larissa Gaspar Tunala. Na decisão, de 9 de outubro, a magistrada da Comarca de Angatuba (interior de São Paulo), cita entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) de que biografias não autorizadas podem ser divulgadas a despeito da autorização do biografado, “sob pena de afronta à liberdade de expressão e configuração de censura”.
Suzane tentou recorrer da decisão, porém teve o pedido negado novamente em segunda instância, no Tribunal de Justiça de São Paulo. De acordo com a decisão, a argumentação inicial da juíza em primeira instância era cabível para o caso.
‘Suzane – Assassina, manipuladora, narcisista e egocêntrica’
O livro de Ulisses Campbell, intitulado ‘Suzane – Assassina, manipuladora, narcisista e egocêntrica’, inicialmente seria publicado pela Editora Contexto, com lançamento previsto para dezembro. No livro, o autor dá detalhes da história da presa, registrando os fatos do crime até sua vida na prisão.
Para a produção da obra, o jornalista entrevistou pessoas do entorno da presa, como outras detentas, funcionários do sistema prisional e outras pessoas que estiveram envolvidas no caso Richthofen.
Filme sobre o caso
A vida de Suzane também vai para as telonas. Dois filmes sobre o caso estão sendo produzidos. “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou Meus Pais”. A obra promete mostrar diferentes visões do crime.
Carla Diaz, que vive a protagonista nos longas, disse em entrevista para o TV Fama que não conheceu Suzane."Ela não tem nada a ver”, disse.
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