Filha de Flordelis fez busca por assassino na internet: "Alguém da barra pesada"
Suspeita também buscou por venenos "para matar pessoa"
(Foto: Reprodução)
Uma das filhas adotivas da deputada federal Flordelis, Marzi Teixeira da Silva, presa na última segunda-feira (24), suspeita de participar da morte do pastor Anderson Carmo, fez buscas para contratar um assassino na internet. Outros quatro filhos e uma neta da parlamentar também foram detidos no Rio de Janeiro.
De acordo com a Polícia Civil, no celular da acusada foram encontradas buscas como "alguém da barra pesada", "assassino onde achar" e "barra pesada online". Ela também procurou por venenos "para matar pessoa". As investigações apontam que a vítima chegou a ser envenenada.
Um matador de aluguel teria sido contratado ainda na época para assassinar o pastor, mas o plano não foi executado. A morte acabou sendo encomendado pela neta da deputada, Rayane dos Santos Oliveira.
Parlamentar é indiciada
Flordelis foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. Cópia do inquérito será encaminhado à Câmara dos Deputados para a adoção de medidas administrativas.
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado no dia 16 de junho do ano passado, dentro da própria casa, no bairro Badu, em Niterói. Na ocasião, Flordelis relatou que o pastor teria sido morto durante um assalto, após o casal ter sido seguido por elementos suspeitos em uma moto. Ele foi atingido por tiros na garagem, quando retornou ao carro para buscar algo que tinha esquecido.
O delegado Allan Duarte dará mais detalhes da investigação em entrevista coletiva às 10h de hoje, na Cidade da Polícia, no Rio.
Versão do Ministério Público
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), os mandados foram expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Niterói, e a ação conta com o apoio da Polícia do Distrito Federal. O mandado de prisão de Flordelis não foi pedido por ela ter imunidade parlamentar.
Os alvos dos mandados de prisão preventiva abrangem os denunciados Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Rayane dos Santos Oliveira, Flávio dos Santos Rodrigues, Adriano dos Santos Rodrigues, Andrea Santos Maia e Marcos Siqueira Costa.
A denúncia apresentada à Justiça pelo MPRJ aponta que Flordelis foi responsável por “arquitetar o homicídio, arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio”. Ela também teria financiado a compra da arma e avisado a chegada da vítima no local em que foi executada.
Ainda de acordo com o MPRJ, a motivação do crime seria o fato de o pastor Anderson “manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família”.
Os demais denunciados teriam participado do planejamento, incentivo e convencimento para a execução do crime, além de tentativas de homicídio anteriores com o uso de veneno.
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