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Ex-marido de juíza morta na frente das filhas deixa delegacia em silêncio

Mulher foi morta na véspera de Natal

(Foto: Reprodução)

O ex-marido da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, suspeito de matar a vítima na frente dos filhos, deixou a delegacia de homicídios do Rio de Janeiro na manhã desta sexta-feira (25) em silêncio. Paulo José Arronenzi, de 52 anos, disse que só irá se pronunciar no tribunal. Ele foi transferido para a Cadeia Pública José Frederico Marques.

O caso aconteceu na véspera de Natal . De acordo com a Guarda Municipal, os agentes estavam na base do subgrupamento, que fica ao lado do Bosque da Barra, próximo ao local, quando foram chamados por pessoas que viram as agressões para ajudar a vítima. No local do crime, os guardas encontraram a juíza caída no chão e desacordada.

As pessoas que estavam no local e viram o assassinato indicaram o autor, que foi preso pelos guardas sem apresentar resistência. Na sequência, chegaram ao local policiais militares e agentes do Corpo de Bombeiros, que constataram que a vítima estava morta. As primeiras informações indicam que as filhas do casal estavam com a mãe e presenciaram o crime.

O crime

O acusado foi levado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DH), na Barra, pelos agentes da Guarda Municipal, mas como estava com um corte na mão precisou ser socorrido no Hospital Municipal Lourenço Jorge, também na Barra. Lá ele foi atendido, recebeu alta e foi levado por policiais militares para a delegacia.

Em nota, o TJRJ lamentou a morte da magistrada. “O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, vítima de feminicídio na Barra da Tijuca nesta quinta-feira (24)”.

Fux, presidente do STF, lamentou a violência contra a juíza. Ele destaca que o STF e o CNJ "unem-se à dor da sociedade fluminense e brasileira e à dos familiares da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, magistrada exemplar, comprometendo-se, nessa nota pública, com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar a violência doméstica contra as mulheres no Brasil". Em outro trecho, o ministro lembra que “tal forma brutal de violência assola mulheres de todas as faixas etárias, níveis e classes sociais, uma triste realidade que precisa ser enfrentada, como estabelece a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, Convenção de Belém do Pará, ratificada pelo Brasil em 1995”.

Também em nota, a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) informam o assassinato da juíza e prometem punição para o autor do crime. “Nesta Nota Oficial conjunta, as entidades representativas dos magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime bárbaro não ficará impune, asseguramos”.

Em mensagem no Twitter da Associação de Magistrados Brasileiros, a presidente Renata Gil chamou a atenção para os casos de feminicídio cometidos no país "O feminicídio é o retrato de uma sociedade marcada ainda pela violência de gênero. Precisamos combater esse mal!", disse, manifestando solidariedade à família.

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