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Caso PCC no Gugu: "Não era uma farsa", diz ex-editor do Domingo Legal

Wagner Maffezoli garante que fontes eram da facção

(Foto: montagem RedeTV!/Divulgação/Reprodução)

Em setembro de 2003, no auge da guerra pela audiência nas tardes de domingo, Gugu Liberato foi o centro de uma polêmica após o programa “Domingo Legal” apresentar uma entrevista com integrantes da facção crimonosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

No vídeo, os supostos criminosos identificados como Alfa e Beta apareceram encapuzados e armados, assumiram a autoria do sequestro do Padre Marcelo Rossi e ameaçaram de morte os apresentadores José Luiz Datena, Milton NevesMarcelo Rezende e Oscar Roberto Godói. Hélio Bicudo, que ocupava o cargo de vice-prefeito de São Paulo, também foi ameaçado.

Houve forte repercussão e um comunicado atribuído ao PCC negou as ameaças. A história virou caso de polícia, que passou a suspeitar da veracidade da entrevista. Para os investigadores, as fontes teriam se passado por membros do PCC. O editor-executivo da atração era Wagner Maffezoli, que negou a farsa em depoimento ao Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Ao Portal da RedeTV, 16 anos após a veiculação do material, ele manteve a posição. 

Segundo Mafezolli, os entrevistados estavam em um nível baixo na hierarquia da facção e não tinham ligação direta com o sequestro, mas recebiam informações privilegiadas sobre as ações da cúpula. “Eles eram ex-presidiários. Eram ‘office boys’ do PCC e confirmaram que o PCC tentou sequestrar o Padre Marcelo”, garantiu.

Maffezolli detalhou como as fontes foram localizadas. “Naquela época, em 2003, o PCC era pouco falado e duvidavam que existia essa organização criminosa. Veio o papo do Jornal da Tarde que o PCC teria tentado sequestrar o Padre Marcelo Rossi. Gugu pediu para fazer uma matéria e achar as pessoas do PCC. A gente espalhou entre as nossas fontes, ligamos para várias pessoas. No sábado, meu produtor falou: ‘arrumaram dois caras aí’. Fui para a televisão, falei para esse assistente conversar com eles. Meu produtor conversou e disse: ‘os caras são bandidões’. Eu desci e falei com eles", disse.

Em seguida, explicou que a gravação foi feita no sábado (6/7) para entrar no ar no domingo (7/7). “Foi editada em cima da hora. Eu nem sabia que iria dar aquele rebu todo. Mas os caras são bandidos e a entrevista é verdadeira. Não era uma farsa. O Datena e o Marcelo Rezende resolveram fazer uma tempestade em cima daquilo e perceberam que dava audiência. Eles ficaram 30 dias falando nisso”, destacou. 

Wagner Maffezoli considera o período após a exibição da entrevista como o pior de sua vida. “Eu me ferrei com essa história toda. Eu tive um enfarte. Coloquei três pontes de safena. Eu tive que ficar com segurança na porta da minha casa porque o PCC ameaçou a gente de morte”, concluiu.

Morte de Gugu Liberato

Gugu Liberato teve a morte confirmada na noite de sexta-feira (22), aos 60 anos. Ele estava internado na UTI do Orlando Health Medical Center, nos Estados Unidos, desde a última quarta-feira (20), quando sofreu um grave acidente doméstico.

De acordo com a nota divulgada pela assessoria do apresentador, Gugu sofreu uma queda acidental de uma altura de cerca de quatro metros quando fazia um reparo no ar condicionado instalado no sótão. Ele foi prontamente socorrido pela equipe de resgate e admitido no Orlando Health Medical Center, onde permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva, acompanhado pela equipe médica local.

Na admissão, o apresentador deu entrada em escala Glasgow de 3 e os exames iniciais constataram sangramento intracraniano. Em virtude da gravidade neurológica, não foi indicado qualquer procedimento cirúrgico. Durante o período de observação foi constatada a ausência de atividade cerebral.

A morte encefálica foi confirmada pelo Prof. Dr. Guilherme Lepski, neurocirurgião brasileiro chamado pela família, que após ver as imagens dos exames em detalhes, confirmou a irreversibilidade do quadro clínico diante de sua mãe Maria do Céu, dos irmãos Amandio Augusto e Aparecida Liberato, e da mãe de seus filhos, Rose Miriam Di Matteo. Os órgãos do apresentador serão doados, conforme a vontade expressada por ele em vida.

Boato de morte 

Ainda na noite de quinta, vários rumores sobre a suposta morte do apresentador começaram a circular nas redes sociais. A assessoria divulgou nota para negar que ele tivesse falecido e ressaltou que aguardava a divulgação de um novo boletim médico, que seria liberado primeiramente à família do apresentador.

Família tinha esperanças

Amiga do apresentador, a jornalista e escritora Letícia Dornelles afirmou que a família do apresentador se mantinha "esperançosa, mas com os pés no chão" em relação à recuperação dele.

"Ele está vivo e em observação por 48 horas. Eu não posso ir nesse momento. Só posso orar muito pelo bem dele, que é uma pessoa muito boa, bom filho, bom pai e bom amigo", disse ela em entrevista à Quem.

A esposa de Gugu, a médica Rose Miriam, e os filhos já estavam nos EUA. A mãe do apresentador, Maria do Céu Moraes, e o diretor Homero Salles, que é amigo de Gugu, viajaram para o país e chegaram no fim da tarde de quinta para acompanhar a internação de perto. 

Sucesso durante anos nas noites de sábado e nas tardes de domingo, Gugu atualmente estava à frente do reality musical "Canta Comigo 2", cuja final está marcada para o dia 4 de dezembro, além de liderar os programas "Família Record" e "Power Couple".

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