Ruptura do ligamento cruzado anterior: entenda a lesão de Neymar
Especialista explica motivos que podem ter levado o jogador a se machucar e o tempo de recuperação
(Foto: Reprodução/Redes sociais)
O camisa 10 da seleção brasileira, Neymar, não joga mais em 2023. Durante a partida contra o Uruguai, na terça-feira (17), o atacante precisou ser substituído por conta de uma grave lesão no joelho esquerdo.
Na noite de quarta (18), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou que Neymar teve uma entorse do joelho que causou a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) e do menisco. Ele agora precisará passar por um procedimento cirúrgico e se afastar novamente dos gramados. Mas afinal, o quão grave é a lesão do craque?
O Portal da RedeTV! conversou com o doutor Alexandre Stivanin, que é médico ortopedista especializado em cirurgia do joelho para entender o que é essa lesão, os motivos que podem ter levado o jogador a se machucar e o tempo de recuperação.
"A ruptura do cruzado anterior se dá principalmente quando há uma entorse do joelho, muitas vezes não precisa ser num impacto. O ligamento cruzado anterior é um estabilizador primário do joelho, ou seja, sem ele o joelho 'falsea'", explica o especialista.
Ainda de acordo com Stivanin, esse tipo de lesão é muito comum inclusive em pessoas que não são atletas de alto rendimento, mas que praticam o futebol eventualmente. "É muito comum. Às vezes uma falta de 'tempo de bola' e falta de coordenação podem ocasionar a lesão", diz.
Além disso, ortopedista entende que a intervenção cirúrgica é necessária quando há necessidade da prática esportiva, como é o caso de Neymar. "Nós retiramos do próprio paciente o tendão, que pode ser o da posterior da coxa ou tiramos uma 'fita' do tendão da patela para simular o ligamento que foi rompido", esclarece Stivanin.
Vale destacar ainda que, além do ligamento, Neymar também rompeu o menisco, que funciona como um "amortecedor" do joelho. O especialista explicou que a junção das duas lesões é comum porque o rompimento do LCA causa o deslocamento do joelho, levando o menisco também. "A do menisco é mais difícil de reparar porque é uma estrutura fibrocartilaginosa".
Pelo menos seis meses afastado
Segundo Alexandre Stivanin, após a operação, é preciso respeitar o tempo de cicatrização. Depois disso, o atleta precisará passar por um processo de mobilização com fisioterapia e fortalecimento muscular.
O especialista também alerta que esse tipo de lesão poderia ser evitada. "No caso do Neymar, pode ter a ver com o excesso de prática. Ele possivelmente estava com a musculatura fadigada. Quanto aos atletas de final de semana, a minha recomendação é que estejam com a musculatura forte. É preciso fazer musculação para jogar", explicou.
Neymar já perdeu dois anos e meio da carreira
(Foto: Reprodução/Redes sociais)
Segundo um levantamento do site Transfermarkt, desde que chegou à Europa, em 2013, o camisa 10 da seleção brasileira já perdeu 918 dias da carreira por conta de lesões. No total são 30.
Contando com o novo afastamento, o craque deve somar pouco mais de três anos parado. Para efeito de comparação, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno, que foi um dos atletas que mais teve a carreira prejudicada por lesões, ficou 1.324 dias sem jogar: quase quatro anos, de acordo com o mesmo site.
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